O negócio é o seguinte: você tem mais é que levar na cara. Assuma a sua cretinice, que é a única coisa mais próxima que você pode assumir. Não é assim? Como não?! Quantas vezes você já não preferiu acreditar nos outros do que em você mesmo? Você quer imitar São Sebastião, pensa ser vocacionado para mártir, e, masoquista como ninguém mais é, cultiva o sofrimento, crendo numa sub-espécie de estoicismo, pretendendo com isso tornar-se insensível aos males físicos e morais.
Essa de dizer que a culpa da sua alienação é o resquício da ditadura, as consequências nefastas do regime autoritário... sinceramente não pega mais. É tão cafona quanto a própria palavra cafona. É o mesmo que o sujeito dizer que bebe porque o pai dele morreu alcoólatra; não dá pra aguentar! Até quando você vai continuar assim, meio "peter-pan", pondo a culpa num pobre coitado que no lugar de mão tem um gancho?!
Num dia você abre a boca a chorar pela morte do seu ídolo, passa uma semana e você faz piadinha. Tudo bem, não que você tenha que posar de viúvo o resto de sua vida por tudo de ruim que acontece ao seu redor, mas pelo menos poderia descobrir que tem um "redor" e procurar contestá-lo e modificá-lo. Afinal, você é você mais as suas circunstâncias... Então, por que essa tolice de ser circunstancialmente vítima sempre?! Não ouça o meu conselho, ouça o do Chico: "Ouça um bom conselho, que eu lhe dou de graça/é inútil dormir, que a dor não passa". Acorda!!!
Sabe de uma coisa, moleque, às vezes eu fico pensando nessa história toda de que você é genial porque briga pelos direitos das minorias, e coisa e tal. E penso que você não passa de um panaca, um a mais a tomar parte na imensa maioria impoliticamente correta (isso pra não dizer "burra" mesmo). Não consegue nem tomar conta da própria casa, faz propaganda do 'casamento aberto' para não enxergar os próprios cornos, diz que só lê eruditos mas o que conhece de fato são as "orelhas" do "A Idade da Razão" e do "Eros e Civilização". Provavelmente, você assiste uma tonelada de filmes pornôs e mais outra tanta de comédias "pastelão", e sai elogiando Visconti e Felline. Pra cima de mim, hein otário? (Marcus Moreira Machado)
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