Nômades percorrendo as periferias das metrópoles, hordas paleolíticas da política brasileira vagueiam como ratos sob escombros; buscam em sua 'evolução cultural' se organizar em clãs, apregoando a inclusão social numa comunidade ainda bastante primitiva. São "pré-históricos" que não assimilaram as profundas alterações ocorridas nas relações humanas, incapazes a explicação racional dos fenômenos sociais e, por isso mesmo, criando seita deveras singular -estruturada na crença do 'poder absoluto' de um 'conselho de anciões', estrategistas da 'produtividade' em função de uma sempre adiada 'coletividade'.
Tal qual os pintores de Altamira, essa tribo "de esquerda" também acredita na magia utilitária da sua política rupestre. Aperfeiçoando a técnica da patrulha ideológica, inventou rudimentares instrumentos destinados à caça dos que considera inimigos da sua revolução. Refugiada em suas toscas cavernas, vive da economia de coleta, recolhendo os frutos silvestres (aos quais denominam 'tributos': impostos, taxas, contribuições de melhoria) dessa intrínseca ordem neandertalista, no esforço contínuo para se superar, ultrapassando, como pretende, sua instância de hominídeos, a fim de não ser definitivamente fossilizada.
Desconhecedores da urbanidade e ignorantes da organização política chamada 'Estado', muitos dos seus seguidores enxergam como a maior unidade política possível uma união de aldeias "esquerdistas" na América Latina, todas ligadas entre si pelo juramento do 'companheirismo', da 'fidelidade' e obediência ao 'deus-socialismo'.
De um lado o quê se vê é a nova aristocracia formada a partir dos "chefes guerreiros"; de outro lado -revelação desse caráter mágico utilitário- somente a "igualdade" do subúrbio político coletivo. No entanto, em companhia da multidão, não há indivíduo que não se pense igualmente um combativo companheiro, defendendo também o mágico espetáculo: o do crescimento sem desenvolvimento!(Marcus Moreira Machado)
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