No processo da globalização, o Brasil apoiou o seu desenvolvimento em corporações multinacionais cujo segredo foi o controle da tecnologia através das reservas de patentes e do combate a possíveis concorrentes, assim como as antigas potências mundiais mantiveram dependentes as suas colônias, impedindo a formação de quadros que porventura pudessem futuramente dirigir nações emergentes.
Sabe-se que o 'know-how' não se transfere por contrato de licença. É conquistado por meio de pesquisa árdua nas salas de desenho e oficinas de trabalho, o que requer esforços próprios na aquisição de tecnologia independente.
A mera obtenção de projetos prontos para a execução nos leva, em curto prazo, a problema político de graves consequências. E sem essa observação, o Brasil desperdiça recursos em "educação" de sua juventude, enquanto o mercado de trabalho dos engenheiros mecânicos, eletricistas, técnicos eletrônicos se encontra controlado pelas corporações multinacionais, que, via de regra, se abstêm de contratar efetivos projetistas, gerar, ou mesmo fixar tecnologia no país. Por isso, ao Brasil tem restado mercado de trabalho para engenheiros de operação e manutenção, somente. Eis a razão da nossa imensa reserva de proletariado acadêmico.
Assim, o Brasil "internacionalizado", uma nação dominada, exporta sapatos a salários de fome, a fim de poder pagar a importação de instalações hidrelétricas ou vagões ferroviários, garantindo empregos às "metrópoles" do imperialismo e, por consequência, mantendo ociosas e subdesenvolvidas as suas próprias indústrias.(Marcus Moreira Machado)
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