Ao aceitarmos a concepção de Piaget de que "compreender" seja "inventar" ou "reconstruir por invenção", não podemos admitir que um educador se converta em mero personagem a quem se atribui a função de 'adaptar' o educando ao meio social em que vive. O termo 'adaptação' contém uma imprecisa mas eficaz 'magia': leva-nos a pensar muito mais em máquina e em biologia do que em educação propriamente dita. Afinal, a 'adaptação' recebe suas normas e seus imperativos oriundos de uma situação determinada e de uma realidade pré-existente. Não considera as diferenças, as antinomias ou os conflitos do educando -entre sua subjetividade e as estruturas sociais que se lhe antecedem.
Na denominada "educação permanente", essa espécie de aperfeiçoamento consiste, não raramente, em favorecer na prática uma constância na adaptação às estruturas precedentes, reforçando-as a fim de garantí-las no maior tempo imaginável. Dessa maneira, a adaptação é um 'ajustamento' a modelo exterior onde o educando encontrará respostas já prontas, que a ele são "ensinadas" ou "transmitidas" através da pedagogia da indução.
Ora, o objetivo da Pedagogia não é o de tratar o educando como um 'caso particular', ou como 'exemplo' de um conceito geral. A meta da Pedagogia é a de fornecer ao educando todas as possibilidades de uma expansão pessoal num contexto preciso.(Marcus Moreira Machado)
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