Durante os séculos XIII e XIV, os homens deram os seus primeiros passos no que bem mais tarde seria o 'conhecimento técnico'. Então, ensaiavam e experimentavam. Lenta e gradualmente adquiriam novos 'saberes', mas não havia avanço coletivo e iterrelacionado. Tratava-se ainda de trabalho isolado, numa tradição trazida à Europa pelos árabes -a investigação em pesquisa privada e secreta. Surgiam assim os alquimistas; com efeito, os primeiros pesquisadores conhecidos, que, não diferentes dos tecnocratas atuais, viviam sob a obsessão por idéias consideradas 'práticas'. Tal qual hoje em dia, não buscavam o saber, mas sim o poder. Desejavam, dentre outras coisas, fabricar o ouro com material mais barato, a fim de obterem maior lucro.
O mundo contemporâneo, marcado pelo neoliberalismo, ainda é o da alquimia, isto é, muito mais inclinado a gastar dinheiro com a pesquisa técnica do que com a de ciência pura. Metade ou mais dos homens nos laboratórios têm igual sonho, o de adquirir novas patentes através de processos secretos.
A nossa época é, agora em larga escala, a mesma dos antigos alquimistas medievais. Os nossos 'homens de negócio', de igual modo, julgam a pesquisa como uma espécie de alquimia a lhes assegurar maiores lucros. Eis, sem dúvida, a gritante diferença entre progresso e evolução.(Marcus Moreira Machado)
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