No verso que eu não devo -um poema confinado, ficcionando tempo na alma contida- o pranto seria fim desse ser que, vívida alucinação, insiste em fugidios encontros.
Desejar da confirmada impossibilidade te amar nessa comprovada eternidade, é sentimento na causa sem efeito, o caos permanente da crise incipiente.
Eis o que, nem vigor possui, sequer é teorema. Além do inexorável, porque inexaurível.
Ondes estás?!
Em teu destino sou eu o peregrino, amando divindade moldada no entalhe que me esforço por detalhar.
Obra do meu auto-retrato, o teu rosto, a cada traço, fraco, eu refaço.
Há em ti amor do anverso, posso ver, na proximidade que, nem breve nem pausa, convida-nos à celebração do perene essencial.
(Marcus Moreira Machado)
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