Século passado, a gente não tinha tanta novidade. O novo era então tudo o que esperávamos.
Esperávamos?! Não!! A gente não ficava com a mão aberta até que um mais afortunado fizesse a sua piedosa caridade (a sua maior certeza, também, de ainda mais fortuna fazer, através da manutenção da sua "piedade" a tantos que permaneciam miseráveis por conta disso mesmo). Se uma maioria parecia dispersa nas chamadas 'massas populares', havia quem destas pretendesse -com muita convicção- a emancipação. Tudo em nome de uma 'liberdade' que precedia qualquer moderno conceito de Estado de Direito; mais ampla que a contemporânea 'garantia dos direitos fundamentais'. Porque 'fundamental' era a liberdade, concreta e concretizada, sem os meios termos nem o mínimo ético; absoluta, integral, essencial, internacional.
Os comunistasefendiam-na doutrinariamente a por meio do pragmatismo político. Todavia, segregados, não era sempre e em qualquer lugar que eles podiam sublevar-se contra as 'dominações oligárquicas', Reuniam-se em suas "células", onde conspiravam o mundo mais justo, a sociedade igualitária, a luta de classes -indispensável à realidade das suas utopias.
No Brasil, um João Mangabeira, um Prestes, não hesitavam em proclamar o advento comunista, articulando na clandestinidade o porvir. Nuances entre o 'comunismo' e o 'socialismo', ou mesmo o 'anarquismo', jamais foram impedimento às estratégias planejadas nessas "células". Até eventuais seguidores de Bakunin, partidários remanescentes do 'socialismo libertário', poderiam ser tolerados por marxistas, leninistas ou trotskistas. Porque na "promoção do bem comum pela transformação da sociedade e da relação de classes", grandes e pequenas lutas confluem para uma grande história", afirmavam todos. História formulada por mártires, nos tantos exemplos -de Rosa de Luxemburgo a Zinoviev, de Bukarim a Salvador Allende ou Gandhi.
Revisionistas à parte, brasileiros e brasileiras, sufocados por golpistas militares (também, ou principalmente, os civis), insurgiam-se mais uma vez, já passada a ditadura Vargas, superado o entusiasmo nacional com Juscelino, derrotado Jânio Quadros e expulso Goulart. Todos retomando a luta contra o Estado pequeno-burguês.
Dessa feita, a clandestinidade se dava através dos "aparelhos", onde os ditos "subversivos" tramavam "guerrilhas".
À época NÃO HAVIA AINDA OS CELULARES, somente os "aparelhos".
História mais recente, todos nós sabemos no que deu. Inclusive nas aposentadorias que o Estado deu a alguns, NEM SEMPRE TÃO GUERRILHEIROS assim. E também sabemos no que deu e no que deram estes últimos: Presidente e Ministros de Estado, que, anos-luz de um Lamarca, de um Marighella; agora esquecidos de Wilson Pinheiro, distantes de Osmarino Amancio ou de Nativo Natividade, 'CONSPIRAM' -num arremedo stalinista- EM SEUS CELULARES, em nome de uma REVOLUÇÃO ADIADA NO CODINOME DO PODER.
Guardadas as baionetas no MAUSOLÉU DA ESQUERDA NACIONAL, PETISTAS, HOJE, TELEFONAM...
Nunca se viu tanto, de marcas variadas e operadoras idem: AS ARMAS NACIONAIS DOS "REVOLUCIONÁRIOS" PODEROSOS. Em cada prefeitura, no Alvorada -do crepúsculo à madrugada, e no alvorecer- há sempre centenas, milhares de 'aparelhos' petistas de telefonia móvel de plantão; "habilitados" a garantir a ordem nacional e o progresso ideal.
Possivelmente a comprovação científica explique porque o antes partido dos 'trabalhadores' tenha dado no que deu. Não foi traição, reacionarismo, revisionismo. FOI ESTERILIDADE !
Ora, os cientistas já demonstraram que o uso demasiado de aparelhos celulares causa esterilidade em seus usuários.
Quem sabe, por isso a mobilidade do proletariado na antiga luta de classes reste hoje tão comprometida!
A CULPA É CIENTÍFICA, dirão eles, NADA A VER COM O PETISTA. Este, uma vítima, TORNADO ESTÉRIL POR PRESSÃO GLOBALIZADA DO NEOLIBERALISMO, que difundiu no inconsciente coletivo revolucionário a REVOLUÇÃO DIGITALIZADA DA TELEFONIA MÓVEL, na cultura do uso sistemático dos celulares.
Só nos resta então bradar: "- ABAIXO O CELULAR ! MORTE AO MODO PETISTA DE TELEFONAR !!
(Marcus Moreira Machado)
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