REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
SEXTA-FEIRA, 4 DE JANEIRO DE 2013: IMPENSADAMENTE"
Os sábios acreditam que há hierarquia de feitos, podendo existir entre eles uma ordem criteriosa. Eles têm razão, uma vez que sem isso não haveria Ciência, de há muito confirmada a sua existência. É suficiente abrir os olhos para ver: as conquistas da indústria, a enriquecer tantos homens práticos, jamais teriam surgido, se estes homens práticos não tivessem sido precedidos por loucos desinteressados que morreram pobres, ocupados apenas em dedicarem-se à engenhosidade, e não à utilidade de seus empreendimentos.
Estes loucos têm economizado a seus sucessores o trabalho de pensar. Logo, pois, a maior parte dos homens não gosta de pensar, e isso, por outro lado, é um bem, posto que o instinto os guia. Mais amiúde, acima da razão, nos guiaria uma inteligência pura, sempre que se buscasse um fim imediato. Pois, o instinto é rotina, e se pensamento não o fecundasse, não progrediria mais no homem que na abelha ou na formiga.
É necessário, então, pensar por aqueles que não querem pensar. E como estes são numerosos, é preciso que cada um dos nossos pensamentos seja o mais útil possível. Por isto, uma norma será tanto mais sábia quanto mais geral e ampla seja.
(Caos Markus)
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
QUINTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2013: "O PARADOXO DO MAL"
Sugestivo paradoxo, da essência do poder emergem duas antagônicas conotações.
Pois, se por um lado, com a 'existência política' do homem, nasce, originariamente, a 'racionalidade' (indispensável ao progresso da civilização); já sob outro ângulo, em oposição, é o próprio poder que se reveste de uma 'grandeza' humana. Esta última, eminentemente a mensuração do mal à coletividade.
'Racionalidade' e 'crueldade', eis a surpreendente bipolaridade do poder.
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO DE 2013: "COMPULSÃO"
Consumidores aliciados à compulsão, uma vez dominados, compartilham o império da unanimidade, tornando-se os maiores propagandistas da peta do progresso.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 1 DE JANEIRO DE 2013: "SENSACIONAL"
O pânico, a desgraça e o horror, todos eles passam.
O que persiste é a sensação, que, certamente, impõe a sobrevivência como condição da própria vida .
SEGUNDA-FEIRA, 31 DE DEZEMBRO DE 2012: "AMOR E AUTO-ESTIMA"
Por negarmos os desígnios de outrém e, na medida de nosso poder, utilizarmos o sentimento alheio somente para satisfação dos nossos fins; denota-se, à primeira vista, que o amor não é uma exceção. O amor também é, pois, vontade de poder. Apenas, em vez de pretender a conquista de um simples objeto, almeja um sujeito; reclama desse sujeito uma modalidade especial de apropriação, qual seja, a posse de uma liberdade como liberdade propriamente dita.
No amor, não se deseja à pessoa amada qualquer indício de auto-estima, mas, contrariamente, se busca através dela justificar, confirmar a si mesmo a sua individual existência.
Esta concepção, todavia contraditória, não evita o conflito. Porque o enamorado nutre-se do 'eu' da pessoa a quem declara o seu amor, aspirando perder-se na debilidade dessa "coexistência". Contudo, quando se realizasse essa fusão, teria perdido aquele a quem ama, reencontrando a solidão do seu 'eu'.
Além disso, se amar é querer ser amado, é então também desejar que o outro queira que nós o amemos, ou seja, que o outro tenha necessidade de nós.
Tal qual as demais relações humanas, o amor constitui um escamoteado conflito, uma trama de dissimulações onde os esforços são dirigidos a superioridade de um sobre o outro.
Por isso, a existência, que se imaginaria um bem supremo condicionado a uma única consciência, torna-se um mal pelo fato de o outro existir, de modo a gerar o anseio de dominação, tendente à força do poder.
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
DOMINGO, 30 DE DEZEMBRO DE 2012: "ESTADO ESPECTRAL"
O excesso moderno de governo, os documentos, os protocolos, e funcionalismo, as proibições e licenças sem fim, não protegem a vida e a prosperidade do indivíduo mais do que faria a ausência de todo esse aparelho complicado. Em troca de todos os sacrifícios, de dinheiro e de liberdade que o cidadão faz ao Estado, não recebe deste outros auxílios senão a justiça - por toda parte desmesuradamente lenta e dispendiosa -, e a instrução, que está longe, muito longe de ser acessível a todos no mesmo grau. Para obter estas mesmas vantagens, bastaria apenas uma só das numerosas restrições a que sujeitam a independência do indivíduo, do cidadão. Dizer que a liberdade individual é enfraquecida em atenção aos direitos da coletividade é ocultar a realidade; essa suposta atenção não impede que os indivíduos os sejam oprimidos, e priva a todos da maior parte de sua liberdade natural; a lei exerce de improviso e constantemente sobre todos cidadãos o constrangimento que, sem ela, algumas naturezas impetuosas exerceram talvez, em casos excepcionais, sobre alguns. A dependência em que se acha o cidadão para com as instituições do Estado não o dispensa de proteger-se a si próprio, tal qual faz o selvagem livre, com a diferença que aquele é mais inepto que este; porque desaprendeu de tomar cuidado de si próprio, não possui mais a compreensão exata de seus interesses, está acostumado desde a infância a sofrer a opressão e o constrangimento, contra o que o selvagem se revoltaria ainda mesmo com perigo de vida; o Estado incutiu-lhe na mente que as administrações e as autoridades devem ocupar-se dele em todas as situações.
Nos países onde o governo é tão simples que todo cidadão pode conhecer suas intenções, fiscalizar o trabalho, e ajudá-lo, ele considera os impostos como despesa pela qual recebe um equivalente; sabe por assim dizer o que obtém por cada soldo de imposto, e a equidade evidente de tal transação impede o mau humor de se manifestar. No Estado atual, pelo contrário, o imposto torna-se necessariamente odioso, não só pelas grandes despesas exigidas pela má construção do mecanismo governamental, como por ser em toda parte muito elevado, sua distribuição injusta, resultado de uma organização histórica da sociedade e de absurdas leis; mas o imposto é sobretudo odioso porque é determinado pelo fisco e não por virtude de um fim político racional.
Segundo a idéia moderna do Estado, o burocrata deve ser o mandatário do povo, de quem recebe os ordenados, os poderes, a consideração, o cargo. O burocrata deveria, em virtude desta idéia, considerar-se sempre servidor da nação e responsável perante ela; deveria sempre ter presente ao espírito que é nomeado para cuidar dos interesses dos particulares. Em cem leis decretadas, quer com o concurso do povo, quer sem ele, há, seguramente, noventa e nove que não têm por fim aumentar a liberdade de ação e as regalias da existência do cidadão, mas sim facilitar aos burocratas o exercício dos direitos soberanos que arrogaram para si.
Assim, lamentavelmente, ainda prevalece a premissa de que o cidadão constitui-se em propriedade desse espectro, desse fantasma impessoal chamado Estado.
(Caos Marcus)
segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
SÁBADO, 29 DE DEZEMBRO DE 2012: "VERBO PRECOCE"
Cada um de nós poderia (ou ainda poderá?) readquirir a capacidade inata de pensar, recusando-se a ser mero e passivo receptor e, consequentemente, fiel depositário das babaquices jornalísticas, para reassumir a freqüência de competente transmissor e gerador de idéias. Adaptar-se, em simbiose parasitária às imposições de uma mídia monopolista é render-se à farsa da festa democrática, onde todos têm o sacrílego direito de discordar sobre tudo e qualquer coisa que não ofereça nenhum perigo à estabilização da ordem cultural vigente e vigorosa (vigorosa porque tradicional, ainda que travestida na fantasia da renovação).
Eu não sou capaz de incomodar sempre que a pré-ocupação é incomodar-se com inverossímeis incredualidades.
Não levamos tanto tempo assim para a conquista do tal Estado de Direito. Porque isso que se vê não é Estado de Direito. Então, que direitos são essas mil possibilidade de organizarmos as nossas outras mil diferenças em mais mil comitês dos “iguais”? O tempo não foi outro senão o de podermos admitir que agora já fazemos tudo aquilo que antes a censura não nos permitia: as nossas próprias bobagens. Eles, os governantes de outrora (aliás, não por coincidência, muitos ainda os mesmos de hoje), é que perderam o medo de nós (tinham algum !?). Perceberam, não oferecíamos o menor perigo. Afinal, souberam identificar o crucial: nós não temos o hábito de pensar, e por isso, quem não pensa arruina-se por imaginar que o faz.
Pré - potência é confinar-se no que pode vir a ser mas não virá. É perpetuar-se na latência do promissor postergado. Não é essa a minha vocação. Eu espero que discordem de mim sempre. Eu prefero ser totalmente desacreditado por uma nação, se ela der nota zero à espalhafatosa alegoria dos meus inebriantes discursos, e desclassificar o meu samba enredo de “pé quebrado”.
Se presidente fosse (e não quero ser presidente nem de clube da esquina), eu renunciaria imediatamente após a divulgação do pleito, somente para poder advertir os meus eleitores o quanto eles são autogovernáveis, desde que distinguam “archein” de “krátos”. Quem sabe o Brasil ficasse curado de tanta insânia, também ela, a exemplo da vinheta global, gerada na ficção, dessa vez a política. E, quem sabe, cessasse de imediato essa insistente ejaculação verbal precoce pelo país afora.
(Caos Markus)
SEXTA-FEIRA, 28 DE DEZEMBRO DE 2012: "O INDIVÍDUO, PEÇA DA ENGRENAGEM ESTATAL"
A forma de governo presumida do cezarismo é a destruição de toda a liberdade individual, e, nesse ponto, ninguém é mais anti-liberal, nem age como agente corrosivo da liberdade do que os socialistas. Qualquer experiência, seja no terreno político, social ou científico, tem que ser tomada pelos seus resultados. Após décadas de frustrada experiência socialista no Leste Europeu, será lícito perguntar se o povo brasileiro amaria a sua terra fora do ambiente de liberdade em que foi criado.
A resposta será negativa. O profundo horror que sacode a nação diante de regimes de exceção mostra que não será no sacrifício do socialismo o encontro da chave do interesse do nosso cidadão pelo Estado. Um governo de esquerda é, neste sentido, um governo anti-nacional: ele faz de seus concidadãos estrangeiros dentro da pátria; inimigos do Estado, pois que o Estado se torna o agente precípuo da opressão, da tirania, exercida por indivíduos que, se algumas vezes agem no interesse coletivo, muitas vezes também servem a interesses de camarilhas vorazes.
O socialismo é ridículo (já agora, pelos petistas, substituído por uma mal explicada "social-democracia") quando se bate pelo direito das minorias, pois, achando-se o direito das minorais baseado nos direitos do homem, e o socialismo sendo um vilipendiador desses direitos, que são os germes ativos, fecundos e estimuladores do progresso social; não há como possa conciliar-se dentro de um mesmo boné os direitos do homem e o seu fetichismo pelos direitos imprescritíveis, sagrados, inalienáveis do Estado. Um espírito lógico não deixará de sentir a contradição entre o respeito dos direitos do homem e toda a estrutura política do socialismo. O Estado, para o socialismo, não é o que ele é para muitos, um mal necessário, uma muralha, que o instinto de conservação social levantou para se defender do excesso de agressividade, de combatividade animal do homem, um distribuidor de justiça, de polícia, mas um tutor suntuoso, magnífico, impertinente, paternal, cheio de zelo, com olhos bem grandes, arregalados, para examinar tudo o que fazemos e o que não fazemos.
O socialismo é o reflexo da metafísica “estadista”: o indivíduo não é para ele mais do que uma peça da engrenagem do Estado; e, como a peça de uma máquina, dela dissociada não terá existência útil; o indivíduo, desde que não engrene na máquina inteligente do Estado, deixa de ser um valor social, porque só naquele conjunto, embutido dentro daquele quadro, valerá qualquer coisa.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 27 DE DEZEMBRO DE 2012: "INTELECTO ANACRÔNICO"
Já se disse, no Brasil quem faz pós-graduação é porque não foi bem graduado; algo equivalente a um "reforço". Porém, via-de-regra, o brasileiro com acesso a curso superior quer um merecido respeito porque crê na condição de "iluminado", acima de uma cultura popular, à serviço dela e, por isso, devendo ser melhor remunerado. Freqüentemente, os pais encarregam-se de detectar uma não comprovada "genialidade" em seus filhos, formando, a partir dessa pré-concepção, o preconceito da existência de uma casta de reduzido número de "talentosos" a justificar destacado lugar no cenário sócio-econômico do país. Mas, definitivamente, ainda que se fale em precocidade, essa não é um sinal premonitório de um grande talento no futuro.
Convém mesmo lembrar que se há algo admissível como característica primeira do "futuro gênio" essa reside no grau de insatisfação com o ensino comum, o chamado"espírito divergente". Naturalmente, em franca observação à maioria dos "intelectualizados" nacionais, comumente o que se verifica é o conformismo, e não a predisposição em alterar ideias arraigadas na prepotência e sedimentadas no orgulho exacerbado. E, contrária ao verdadeiro gênio, anacronicamente, uma variada gama de brasileiros busca recompensa pela vantagem da exclusividade.
Ora, por que esse lamento eterno de professores que pouco fazem além de ensebar o diploma "universitário" debaixo do sovaco, procurando bastar-se à si mesmo, relutante em admitir o seu único e real status, o de trabalhador? Por que esse queixume de advogados que muito pouco enxergam adiante de uma fantasiosa singularidade baseada na prerrogativa de elemento indispensável à administração da justiça? Por que esse pranto de médicos que não distinguem como diferença entre os seus jalecos, os paletós e gravatas dos executivos ou os crachás dos bancários, tão somente a cor das suas indumentárias, tão apenas o corte dos seus uniformes? Exatamente por isso: "uniformizaram-se" de tal maneira, padronizaram-se com tamanha distinção, que uns e outros cegaram-se diante da pequena significância que têm enquanto pessoas humana, quando não vislumbram o maior significado que deveriam ter como trabalhadores comuns, à serviço da comunidade.
Se uma voz se levanta em meio ao silêncio dos mudos "profissionais liberais", quase sempre é para justificar, com pueris argumentos, como o do dinheiro investido nos estudos, por exemplo, a hipotética diversidade, exigente de discriminação por duvidosa educação esmerada.
O brasileiro pensa que já sabe pensar só porque aprendeu a datilografar, torna-se músico porque deixou o cabelo crescer, projeta viadutos porque compra régua e compasso, defende o cliente porque "biblicamente" decorou os "versículos" e a tábua de Moisés, diagnostica porque sabe usar o termômetro e manipular "band-aid", dá aulas de política porque já leu sobre a conservação da múmia de Lenine, atribuindo a queda do comunismo ao sepultamento do líder soviético.
Em nosso acervo de "conhecimentos específicos", dominamos "aptidões especiais" desde a mecânica da manivela até o complexo sistema do DNA do jornalista Clark Kent. Diante de tanta sapiência, construirmos uma nova História, repleta de heróis abnegados, e não reconhecidos, vítimas que são de um regime "opressivo, corrupto, autoritário, segregador, etc, etc". Porém, se somos todos assim tão extraordinários, tão cheios de proezas, mas quem são os verdugos? Ou será, essa história está mal contada?
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 26 DE DEZEMBRO DE 2012: "CUPIDEZ"
A luz intensa da razão tem sido de pronto rejeitada por uma grande maioria, mais inclinada ao poder da ilusão no império das sombras que ao "sofrimento" inerente à sabedoria e à verdade. A vista turva não tolera o fulgor da percepção irrestrita. Assim, a frivolidade convive com a embustice, co-responsáveis pela impudência como prática dos pusilânimes. E complexos teoremas cuidam de dissimular espetacular vileza, equacionando de maneira aparentemente aceitável quaisquer divergências que possam suscitar riscos à supremacia da simulação.
Sistematicamente arquitetando construções de pensamentos voltados para a manutenção de uma mentalidade espartana, cada um de nós conclui pela eliminação do que é mais exato, cedendo aos encantos do que se mostra mais fascinante. Por isso essa sensação de caminharmos sobre esteira rolante, no incerto destino do eterno regresso. Por isso esse devaneio a adiar o concreto, em promessas que concedem tão somente um lenitivo, procurando impedir o verossímil. Por isso essa faculdade do poder em aproximar a casagrande e a senzala, limitando-as pelo que têm em comum -a imbecilidade dos radicais.
Os tempos, todos eles, se parecem. E os problemas de hoje se parecem muito aos de ontem. no enredo igual dos iguais homens. Quando renunciamos ao mal e às suas pompas o fazemos menos por não admiti-lo, menos por repugná-lo, do que por não estarmos à sua altura. E, se por algum momento evocamos um poder infinito, maior que o nosso, somos frágeis demais, sem a mínima estrutura para suportá-lo. A angústia daí advinda é prova cabal de uma justiça sem mérito, fruto apenas do cumprimento das leis e mandamentos pré-ordenados para a garantia provisória de uma serenidade procurada exteriormente, e não pela semelhança com o mais elevado espírito.
Diante do desmoronamento moral em que nos encontramos, vazios de substâncias, decretamos o nosso aniquilamento a cada dia, somente sendo possível evitarmos essa destruição se admitirmos decisões que importem na aceitação das advertências que conhecemos mas, no entanto, fingimos ignorância. Os fundamentos da existência vacilam ante a recusa das vozes mais íntimas, aquelas que dizem que todo os sistemas falhos estão prestes a ruir, pois que não têm respeitado a verdade acima deles mesmos, independente das fronteiras impostas às consciências forjadas na cupidez.
(Caos Markus)
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