Em Linguística, a noção de texto é ampla e ainda aberta a definição mais precisa.
Grosso modo, pode ser entendido como manifestação linguística das ideias de um autor, sujeitas a interpretação pelo leitor de acordo com seus conhecimentos, linguísticos e culturais.
Seu tamanho é variável: conjunto de palavras e frases articuladas, escritas sobre qualquer suporte; obra escrita considerada na sua redação original e autêntica (por oposição a sumário, tradução, notas, comentários etc.).
Um texto é uma ocorrência linguística, escrita ou falada, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal. É uma unidade de linguagem em uso.
O interesse pelo texto como objeto de estudo gerou vários importantes trabalhos teóricos da Linguística Textual, percorrendo fases diversas, cujas características principais se deram na transposição dos limites da frase descontextualizada da gramática tradicional, incluindo, ainda, os relevantes papéis do autor e do leitor na construção de textos.
Texto, em sentido lato, é o não verbal. Já o texto crítico é uma produção iniciada em um processo reflexivo e analítico, criando um conteúdo com crítica bem fundamentada.Em artes gráficas, o texto é a parte verbal, linguística, por oposição às ilustrações.
Todo texto carece de forma, ou seja, ter estrutura, elementos relacionados entre si. Dos aspectos formais, destacam-se a coesão e a coerência, manifestando seu sentido e sua forma.
Um texto, seja oral ou escrito, está longe de ser um mero conjunto aleatório de elementos isolados, mas, sim, deve apresentar-se como uma totalidade semântica, em que os componentes estabelecem, entre si, relações de significação. Contudo, ser uma unidade semântica não basta.Deve ainda revestir-se de um valor intersubjetivo e pragmático, isto é, ser capaz de representar uma ação entre os interlocutores, dentro de um padrão particular de produção.
A capacidade de o texto possuir um valor intersubjetivo e pragmático está no nível argumentativo das produções linguísticas, mas a sua totalidade semântica decorre de valores internos à sua própria estrutura. Trata-se da coesão.
Assim, estudar esses elementos conectivos nada mais é senão avaliar os componentes textuais, cuja significação depende de outro, dentro do mesmo texto ou no mesmo contexto situacional.
Os processos de coerência são eminentemente semânticos, ocorrendo quando à interpretação de um elemento no discurso precede a hermenêutica um de outro.Embora seja uma relação semântica, o nexo abrange todos os fundamentos estruturais do sistema léxico-gramatical.
Portanto, há formas de coesão realizadas através da gramática; outras, por meio do léxico.
Deve-se ter em mente que a concordância não é condição indispensável nem suficiente à existência do texto. Encontra-se textualidade em redações desprovidas de vínculos, de harmonia.
Há cinco diferentes mecanismos de coesão: 1) os elementos referenciais, insuscetíveis de interpretação por si próprios, compreendidos somente quando relacionados a outras partes no discurso, quer se considere a referência situacional, ou exofórica, quer a textual, ou endofórica; 2) a substituição, colocando-se um item no lugar de outro, seja este último uma palavra ou uma oração inteira; 3) a elipse, transferência por omissão de um item, de uma palavra, um sintagma (uma unidade formada por uma ou várias palavras que, juntas, desempenham uma função sintática na frase) ou uma locução; 4) a conjunção, permissiva de relações significativas entre elementos e palavras do texto, realizando-se através de conectores e abrindo um novo estágio na comunicação, um novo ponto de argumentação; 5) a coesão lexical, obtida ou pela repetição de um mesmo item lexical, ou através de sinônimos, pronomes, hipônimos (vocábulos relacionados entre si, pelo sentido, dentro de um conjunto, ligando-se por afinidade ou por um ser parte do outro), ou heterônimos.
(Caos Markus)
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