O vínculo entre percepção e comportamento tem importantes consequências para as interações sociais. Esse mecanismo automático gera os estereótipos, comportamentos que se reproduzem de maneira fixa, inalterável. Sob um aspecto mais negativo, na realidade da convivência social, os estereótipos são acionados por elementos aparentes (a cor da pele; as características de gênero, se feminino ou masculino...), e outros aspectos facilmente observáveis em indivíduos componentes do mesmo grupo. Em outras palavras, pela presença real da pessoa sendo estereotipada. Os estereótipos, por seu lado negativo, são traduzidos em rótulos habitualmente aplicados aos sujeitos, muito dificultam a convivência e os relacionamentos sociais. É crucial, vale registrar, a função das categorias mentais. Instrumentos de nossa mente para classificar e entender a realidade, desempenham um papel essencial na simplificação e compreensão do ambiente com abundante informação, auxiliando na seleção dos dados relevantes para as interações dos seres humanos com o mundo que os cerca. Entretanto, os estereótipos são formas mal adaptadas de categorias, porque seus conteúdos não correspondem nem à verdade presente nem às situações em desenvolvimento no ambiente. Assim, uma pessoa não pode ser categorizada pela cor da sua pele ou pelos seus gestos, pois tais referências nada ou muito pouco dizem sobre o seu caráter ou a sua personalidade. Em conclusão, embora as as consequências dos estereótipos sobre o comportamento possam causar problemas na interação social, o seu efeito será sempre mais perceptível quando a atividade sensorial estiver baseada no que de fato está acontecendo num determinado instante. O evidente elo entre nossa percepção e nosso comportamento tem sua existência motivada, provavelmente, por uma adequação, porque nos torna prontamente aptos a agir diante de situações recorrentes da vida cotidiana. E essas ações são apropriadas na ausência de orientações conscientes.
(Caos Markus)
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