RESSONÂNCIA ANCESTRAL
Desde que se admita o princípio da transformação evolutiva, a expressão “espécie” designa apenas um momento de individualização relativa mais pronunciada, e não um tipo absoluto imutavelmente constante; e, assim é permitido reconhecer entre os homens diferenças tão graves como as que dividem outras espécies.
As divergências irredutíveis dos mais característicos tipos de homens possibilitam a existência de um homem intermediário, sem fala e sem pensamento.
Quando os homens se dispersaram eram apenas um esboço que, posteriormente, desenvolveu-se em espécies dissemelhantes. Se assim não tivesse sido, seria impossível encontrar em sua diversidade diferenças tão profundas a admitirem a divisão em espécies.
A irredutibilidade dos vários tipos linguísticos é um argumento capital em favor da dispersão precedente à conformação definitiva das diversas espécies humanas.
Inquestionavelmente, a maior ou menor capacidade intelectual das raças é consequência do grau de sua civilização. Pois, a partir do momento em que se considerem formadas as primeiras raças humanas, a vida posterior da humanidade é norteada pelos motivos sociais que predominam sobre os naturais.
As línguas assumem, então, o papel de índice característico dessa primeira divisão da humanidade; na sua constituição, vemos a transição da esfera natural para a racional.
Consideradas as presentes formulações, é de se perguntar: o povo brasileiro já detém uma linguagem própria a permitir-lhe as criações racionais?
O povo brasileiro possui o princípio ativo e eminente da existência das sociedades ocultas? Ou, ainda situa-se em fase intermediária, na ressonância das vozes ancestrais? Respostas a estas indagações determinariam se o tal "povo brasileiro" já fez o longo percurso -em sucessivas manifestações- do movimento até a fala, e desta ao pensamento articulado.
(Caos Markus)
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