REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quinta-feira, 7 de março de 2013
SEGUNDA-FEIRA, 11 DE MARÇO DE 2013: "PORTA-VOZ DA PRÓPRIA VOZ"
A cada dia, mais é aceito o conceito da formação cultural dos seres humanos, nas sociedades contemporâneas, trilhando intermediações do cotidiano marcadas pela complexidade. Intermediações emergentes através da comunicação interpessoal, grupal e em larga escala, ampliando-se pela implementação de novas tecnologias.
Por sua vez, a educação, entre outras dimensões, implica um educar-se a si mesmo. Educar-se é envolver-se em um processo de múltiplos fluxos comunicativos. O sistema será tanto mais educativo quanto mais rica for a trama de interações comunicacionais abertas à disposição dos educandos.
A comunicação educativa concebida a partir dessa matriz pedagógica teria como uma de suas funções capitais a provisão de estratégias, meios e métodos destinados a promover o desenvolvimento da competência comunicativa dos sujeitos educandos.
Esse desenvolvimento supõe a geração de vias horizontais de interlocução.
Está aí o âmago da questão da educação para a cidadania nos movimentos sociais: na inserção das pessoas num processo de comunicação, onde ela pode tornar-se sujeito do seu processo de conhecimento, onde ela pode educar-se através de seu engajamento em atividades concretas no âmbito de novas relações de sociabilidade, em um tal ambiente a permitir sejam construídas.
Tudo isso diz respeito a uma mudança de postura, de uma “cultura do silêncio” das maiorias, ou a cultura da submissão, do cidadão ausente, de um cidadão sem voz, para outra concreta cidadania.
Diluíram-se, em boa medida, aquelas instituições, os espaços nos quais o cidadão se formava, ao mesmo tempo em que exercia a cidadania. No momento, há uma multiplicidade de movimentos, ainda incipientes, é verdade, construindo, por um lado, uma superação, em determinado grau, do silêncio. Existe uma insubmissão, uma rebeldia frente ao poder da Igreja, do Estado, da Escola, a confrontação com muitos poderes. Há elementos de uma nova sociabilidade, uma nova agenda de temas importantes para as pessoas.
Esses movimentos, pequenos, em sua maioria desarticulados, enquanto se organizam, articulando a escola, em concomitância aos meios de comunicação comunitários, iniciam a criação de redes de formação de cidadãos dotados de eficácia, dando corpo a essas vozes dispersas, não só no espaço regional mas também no espaço nacional.
No contexto de tais movimentos, desenvolvem-se experiências de uma comunicação a qual pode-se denominar de ‘popular’ ou ‘comunitária’, evidenciando características típicas, como se observa no exercício da participação direta.
Nesse meio, há possibilidades de os receptores das mensagens dos meios de comunicação tornarem-se também seus produtores, os novos emissores do processo de comunicação. Ou, cada indivíduo o porta-voz da sua própria voz.
(Caos Markus)
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