Já faz muito tempo, 'quantidade' e 'qualidade' não eram confundidas entre si. Grandeza e peso, eram mensurados na casa de vários zeros à direita do algarismo inicial.
Àquela época, os 'pró qualquer coisa' alardeavam o "maciço comparecimento de mais de 500.000 pessoas" num evento por eles organizado. Os 'contra' contestavam os números, afirmando que o tal 'ato', revelara-se total 'fracasso', "não passando de 5.000 os presentes".
Muita água rolou, mesmo com a seca desde a "queda" do muro de Berlin. Nessa estiagem, muitos dos 'libertadores' da pátria não se deram conta da dízima periódica onde eles próprios confinaram a sua 'militância'.
Não era mais suficiente o brado; não fazia eco o berro. Apenas de muito longe, ouvia-se vago sussurro.
Outrora, mote para clichês do tipo "o povo unido jamais será vencido"; depois, apenas trote de quem, mal acostumado no truco, não deu ouvidos a clamores plenos de conhecimento. Um saber infelizmente preterido pelos 'combatentes' de surda 'fraternidade' (dessas onde o primogênito põe os irmãos em ordem unida até papai chegar).
Sem "know-how" e sem mobral, a 'milícia' opositora se viu forçada a trocar o caminhão de som pela tribuna, e daí a buscar remédio jurídico na 'ordem constituída' , a mesma contra a qual habitualmente dirigiam seus loquazes discursos.
Ato contínuo, a corporação, inclinada à fala mansa, se organizou em tropas de peticionários, admitindo a via legal, sempre que esta pudesse fazer as vezes dos movimentos sociais, quer 'populares', quer 'grevistas', quer isso e/ou aquilo.
O dilema, no entanto: como fazer um mundo inteiro num único dia, se os 'redentores' descansaram por décadas?! Como pretender liminares os 'luminares' dessa 'revolução com Executiva pré-determinada a conquistar assento no Executivo determinante?!
No corre-corre de quem estudou na véspera, pleitearam por mal traçadas linhas fosse proibido o futuro de acontecer, sob o fundamento fático da superveniência de hipóteses envolvendo o 'inimigo', isto é, o 'adversário'; quer dizer, o 'oponente'. Quer dizer, nada a dizer, senão que o 'direito adquirido' sobre a 'verdade libertadora' não poderia ser indeferido no pleito dos 'conquistadores militantes' por vinte e tantos anos.
Não valeu nada o alerta, muito antes, de Belchior, avisando da importância de ser apenas um rapaz latino-americano.
Assim foi, assim tem sido, assim haverá de ser pelo país afora, do braço forte, este impávido colosso. O movimento (ginga) de 'inigualáveis cristãos' de estirpe, em nome do céu e da terra, contestaram o nome da rosa, 'requerendo' através de leguminosa (abobrinha) a luminosidade já ofuscada.
E não se dando conta (outra vez!) que 'liminar' tem por origem etimológica o significado de 'soleira da porta', a 'classe operária' foi ao 'paraíso' do Alvorada.
Ora, ora! Se de fato algo de valor conhecessem, os neo-postulantes não se arriscariam a confirmar sua origem, o lugar de onde nunca passaram: a soleira da porta. Porque, porta aberta, lá fora, o antigo caminhão de som é utilizado para recolher trecos e tralhas, na reciclagem sonora feita da tribuna.
(Caos Markus)
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