Duas são as possibilidades de analisar os movimentos revolucionários: como processos históricos e enquanto processos psicológicos.
Sob o primeiro prisma, a 'revolução' apresenta-se caracterizada por um período mais ou menos longo da história de um povo, durante o qual se produz uma sucessão de modificações na sua organização político-social, alterações consequentes da tomada do poder por minorias ousadas; ou mesmo por individualidades dotadas de grande força persuasiva sobre as massas; que, com um programa de ação relativamente bem definido no aspecto destrutivo e ainda obscuro no construtivo, tentam inovar na marcha da rota histórica, sempre suscetível de mudanças de direção, de inumeráveis dificuldades e, o mais grave, de revoltas sangrentas e de severas penalidades para uma ou mais gerações.Sob o aspecto psicológico, contudo, a 'revolução' é algo completamente diverso.
No caso, trata-se de uma crise existencial do espírito humano, da alma universal que, sentindo-se angustiada face a progressiva não correspondência entre seus anseios e suas conquistas, decide desnudar-se e libertar-se das estruturas e organizações inconvenientes e opressoras, para então, só e livre, perceber-se capaz de refazer sua personalidade autêntica e acertar o caminho a conduzí-la à paz interior tão desejada.
Se para o historiador uma 'revolução' é explicada como um problema de ordem pública, de intervenção no Estado e na sociedade, guarnecida por algumas datas marcantes e por disposições temerárias, já ao psicólogo é referência de uma fonte inexaurível de problemas e um abundante manancial de experiências convertidas, se aproveitadas, em incalculáveis ensinamentos.
Em comum a ambos, quer do ponto de vista histórico, quer do psicológico, íntimo é o sentido de uma 'revolução', qual seja, a consciência de um inadmissível desequilíbrio.
(Caos Markus)
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