Na compreensão de que o homem só pode viver na terra (onde está a reserva da matéria e da energia que constituem o próprio corpo humano), pois dela deve retirar o que se lhe é indispensável para produzir; destinar essa mesma terra a alguns (como propriedade absoluta) e negá-la aos outros é, infere-se, dividir a humanidade entre privilegiados e miseráveis. Aqueles que hoje não possuem direito à terra só podem viver vendendo o seu trabalho aos que o têm.
Com efeito, é evidente que a "lei de bronze dos salários" (como assim chamada pelos socialistas) ou a "tendência dos salários para um mínimo" (na denominação de economistas) arranca às massas despojadas da terra, isto é, aos trabalhadores comuns que não podem produzir por conta própria, os benefícios de qualquer progresso social, por manter intacta essa injusta distribuição.
É óbvio, não detendo meios para empregar, eles mesmos, o seu trabalho (ou noutras palavras, a fim de serem os seus próprios patrões) esses trabalhadores são forçados (quer como vendedores de mão-de-obra, quer na condição de rendeiros da terra), a competir uns com os outros pela permissão para trabalhar.
Então, a terra que deveria multiplicar, é terra que divide até mesmo os miseráveis.
Essa disputa não conhece outro limite senão a fome, forçando os salários ao mínimo, ou seja, ao nível mais baixo em que se pode manter e reproduzir a vida.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário