A 'harmonia' e a 'ordem' da sociedade, extremamente valorizadas, nos afasta da real percepção de suas finalidades: o quanto essas 'funções' são dirigidas exclusivamente a estabilizá-la, defendendo-a e justificando-a, mesmo contra os efetivos interesses da maioria na qual estamos incluídos.
Na proposta de uma transformação estrutural e radical dessa sociedade, diversamente, o maior objetivo será destruir a pretensa legitimidade do sistema de valores 'funcionais' que a mantêm estável e estagnada, demonstrando que muitas de suas hipóteses essenciais não possuem caráter humano universal.
Elas, estrategicamente, constituem expressão das necessidades de segmentos determinados.
A defesa incondicional dos interesses desses grupos é incompatível com a objetividade e com a universalidade do saber. É indispensável ultrapassar os horizontes regionais do saber, confinado em culturas determinadas e territórios restritos, a fim de então compreendê-lo como um produto humano universal.
Essa universalidade somente será alcançada na desobediência, isto é, na negação da 'ordem' como fundamento valorativo da sociedade.
(Caos Markus)
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