Há duas espécies de experiência e duas espécies de abstração, conforme a experiência incide sobre as próprias coisas e permite descobrir algumas das suas propriedades ou incide sobre coordenações que não estavam nas coisas mas que a ação, ao utilizar aquelas, introduziu pelas suas próprias necessidades.
Um primeiro tipo de experiência incide sobre o objeto que conduz a uma abstração a partir 'do objeto-caso' da experiência física que é propriamente uma descoberta das propriedades das coisas. Um outro, em que se atribuem qualidades antes não existentes em determinado objeto, as constituintes das coordenações.
A causalidade é manifestada por meio de natureza dupla, a realizar de forma indissociável uma fusão entre a dedução operatória e as seqüências experimentais. Por um lado, emana das ações do sujeito sobre os objetos e constitui, incialmente, o sistema de operações 'espaço-temporais' (aplicando-as às interações entre os objetos, organiza uma dedução paralela à dedução lógico-aritmética).
Uma vez integrados os dois sistemas de operação em um único, a causalidade procedente da ação sobre os objetos ganha a forma de uma dedução operatória, seja ela geométrica ou analítica, aplicada à experiência temporal.
Por outro lado, a causalidade não exprime somente as ações do sujeito sobre os objetos, mas também as ações dos objetos uns sobre os outros. Considerando que um sujeito é a 'causa de', em determinado contexto físico, ele passa à posição de um objeto, mediante outros, como um dos termos da série' causal e não como exterior a ela.
A forma como as interações entre os objetos é pensada é, em essência, o que distingue a causalidade de uma simples dedução espacial ou algébrico-analítica.
(Caos Markus)
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