A 'ideia' independe da 'linguagem', pois a linguagem surgiu para transmitir ideias. Entretanto, uma 'palavra' tem um 'significado' imposto. A maior parte do vocabulário de um indivíduo lhe foi transmitida. Novas palavras surgem a todo instante, mas não vêm do nada. Para elas 'significarem' uma idéia é necessário que haja um correlato empírico objetivo na vivência do transmissor e do receptor. Pessoas de um mesmo grupo 'significam' palavras diferentemente, pois ao ouvir um vocábulo, cada um resgata do seu inventário de vivências,
de um dicionário interior, tudo o que está ligado a tal fonema, ou a sensação mais forte por ele até então já suscitada no indivíduo. As vivências desta ou daquela pessoa são, em grande parte, diferentes das do transmissor. O 'caráter receptivo' da linguagem é aceitar uma palavra no seu uso comum à sociedade. O 'caráter ativo' é transmitir exatamente a ideia que acompanha a expressão ou o termo. Para que haja o mínimo de compreeensão, impõe-se por necessária a existência de determinado conjunto de experiências correspondentes, além da identificação de sentimentos envolvendo as múltiplas partes que se comunicam.
A palavra 'significado', nota-se, está desgastada, confirmando-se mesmo a sua corrupção. Há quem opine pela substituição do vocábulo 'significado', empregando-se o termo 'sinonímia' . Quando se indaga 'o que é significado', supõe-se ser a designação de 'alguma coisa'. Contudo, pode não ser possível 'coisificar' o 'significado'. Para Wittgenstein (matemático e filósofo), o significado não é alguma coisa de fato, mas apenas a utilização da linguagem, o seu uso. Não por outra razão, ele fazia escárnio de quem pretendesse enxergar uma relação real entre as palavras e as coisas.
Uma fonema pode ter vários e distintos significados, dependendo do contexto conceitual onde esteja inserido. Para a teoria comportamental, a 'significação de uma forma linguística' é a situação dualística, observada na relação entre o proferido pelo locutor e a consequente resposta despertada no ouvinte. Dessa maneira, a 'palavra' contém a virtude de potencialmente causar 'respostas' semelhantes naqueles de quem ela se origina. Ou, existe o 'sentido' porque o 'uso comum' do pensamento e das proposições transmite-se de uma a outra geração.
Para haver a 'comunicação' através da 'linguagem falada', não basta presumir que é inata a linguagem. Alguns pressupostos são primaciais: um deles é a admissão pela sociedade da correlação entre um 'som' e um 'objeto'. Por isso, tem-se por imprescindível o consenso de como se deva representar a relação de sinais sonoros com o mundo físico, tanto quanto a correspondência, a
recíproca, na estrutura mental dos integrantes no processo de comunicação.
Normas como essas, assimiladas mais por intuição, expõem o mundo físico à percepção
-enquanto 'signos'- por indivíduos portadores de algumas coisas em comum.
Infere-se, se por um lado as teorias deixam muito a desejar em virtude de sua hiperlativa simplificação, por outro, estão contagiadas pelo anacronismo.
(Caos Markus)
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