ENSAIADO
Eu preciso escrever para não sofrer.
Do sofrimento que escrevo, faço placebo o ser.
É ressalva; é errata; é nota de rodapé.
Porque existir não basta. Pedras existem.
Prefaciando sentidos, no epílogo emocionar não é qualquer versão de sentimento algum.
Eu sou impreciso no ser que escreve da existência o que nela não há essência.
Nem a razão é visceral, tampouco grandiloquente o mal quando dele se sabe o ideal.
Eu não preciso escrever para evitar dano irreparável: tudo consumido nem por isso é consumação.
Há o círculo no ciclo das alternâncias sem alternativa determinada por (in)tentada prognose.
Sufixos e prefixos indicam escassez apenas reconhecida no antagônico a ver haveres.
Faz tanto faz: tecendo trama de morbidez sem drama do que fez.
É minha a vez.
Talvez seja alheia a dor, quando escrever, preciso, eu reinicio ato ensaiado para ser de fato.
(Caos Markus)
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