Para existir, não basta passar de um a outro estado: a barra de ferro que vermelhece sob a ação do fogo, a turbina que gira sob a pressão da água, não estão em devir. As modificações da matéria preexistem em suas causas e não há, nos fenômenos físicos, este surgimento da novidade que constitui o devir. O verdadeiro devir e a verdadeira existência supõem a liberdade. Portanto, a existência é privilégio do homem.
Não devemos crer que todo homem frui deste privilégio e existe verdadeiramente. Pois, muitos, levados pela massa ou pelo "se", não realizam autêntica escolha. Estes não têm verdadeira existência. Porque só existe autenticamente aquele que 'se escolhe', livremente, que é a sua própria obra. Para existir devemos -discernindo no novo ser, resultante de nossas escolhas anteriores, os possíveis que ele contém- optar incessantemente por aquele em que queremos nos converter.
O quê somos constitui nossa essência. Por efeito, escolhemos a nossa essência na opção do personagem que pretendemos ser.
A existência precede a essência, mas ela não é defintiva. Antes, a existência é constante transcendência, a renovada superação daquilo que somos. Só existimos pela liberdade de um 'mais-ser'.
Que cada um faça a sua escolha!
(Caos Markus)
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