Quando um indivíduo se dá conta de suas limitações, corre ao encontro de um grupo com o qual possa partilhar seus magnânimos propósitos. É nesse momento que trai os seus princípios, adotando, então, dentro de uma hierarquia organizacional, normas de conduta que nada diferem das observadas em instituições convencionais, objeto permanente de sua ação devastadora. Esse ordenamento próprio possibilita-lhe a manutenção de sua qualidade de “libertador”, resguardado de quaisquer opiniões adversas à sua nobre causa, pois que conquistou o ápice de seu magnificente projeto, e, agora, na posição de “líder”, fala em nome da emancipação do povo oprimido. O “iluminado” passa a ser o representante máximo das massas, fortalecido e protegido pelo prestígio do clã. Inaugurada a nova “instituição”, o próximo passo é a conquista do poder, quando a distância entre a atuação aparente e a real chega a seu auge.
(Marcus Moreira Machado)
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