O quê quer o homem confessar?
Mistério que ele mesmo suspeita mas não conhece;
sensações imprecisas; conhecimento vago dos seus desejos
-tudo o leva à ansiedade e inquietude...
Talvez o preço de sua invulnerabilidade.
Não se corre o risco
no esquecimento da obediência aos ritos.
No cumprimento nunca se espera outra coisa
senão o eco das próprias palavras.
Espera-se do outro jamais uma resposta,
e sim a mesma pergunta.
E tão severo se é
que não há a menor chance de um acontecimento;
tudo é somente fuga ao tempo.
O que seremos?
O que temos é fruto do trabalho;
é criação do pensamento;
obra, muitas vezes, de circunstâncias e oportunidades;
não, absolutamente, efeito do prazer.
No prazer, acabam-se as restrições;
o homem, para o seu bem, torna-se fraco;
e sua fraqueza infunde sonhos.
No sonho, o real significado do seu tamanho;
o valor mais exato da sua dimensão.(Marcus Moreira Machado)
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