Entre 1388 e 1358 antes de Cristo, no Egito do politeísmo, ninguém menos que um faraó -Amenotep IV-; marcado por aquela 'loucura' que confina com o gênio, um visionário, 2000 anos à frente de seu tempo; com extrema clareza ousou revolucionar a religião da sua época. E foi tão radical que começou mudando o seu próprio nome: tornou-se "aquele com quem Aten está satisfeito", ou seja, Akhenaten -o que tentou extinguir todos os deuses egípcios, simbolizando no disco solar (Aten) o próprio Criador, o fulgor e o vigor da vida. Akhenaten construiu "A Cidade do Horizonte", 'Akhetaten', libertando-se da hostilidade e do peso das tradições de Tebas. O faraó morreu amaldiçoado por seus contemporâneos, mas viveu o seu ensinamento, pela eternidade afora.
Dos seus hinos religiosos, um fragmento ainda hoje indica a verdadeira POESIA DA FÉ: "Para criar toda a Tua obra, modelas as estações/ O inverno traz-lhe a frescura/ E o calor (é o verão que produz)/ Fizeste o céu distante para que nele Te ergas/ E para avistar tudo que elaboraste/ Enquanto era o único presente/ Assomando em Tua forma qual Aton Vital/ Ao nascente, brilhando ao longe e retornando/ Produzes a beleza da forma ao Teu sabor apenas/ Metrópoles, cidades e povoações/ À beira de rios e estradas reais/ Todos os olhos Te descortinam/ Pois Tu és Aton (ou 'Senhor') do dia sobre a terra".(Marcus Moreira Machado)
Nenhum comentário:
Postar um comentário