Um olhar mais atento à performance de candidatos proclamadores de governos onde o representado supostamente será co-partícipe das decisões da cúpula dirigente; esse olhar é hoje, mais que necessário, uma obrigação a quem, por ingenuidade, ainda possa acreditar que o "coronelismo" não mais existe.
Pois, nem o aparato da mídia nem a "Torre de Babel" instalados entre nós, por ocasião de campanhas eleitorais, poderão fazer mais que disfarçar o novo figurino da velha prática.
Agora, vestidos com roupas do brechó da história, não faltam candidatos que desfilando no samba enredo do 'novo', mal escondem a fantasia que vestem para o discurso da sonhada hora dos excluídos no poder.
Apresentando sistemas hipoteticamente revolucionários de governar, ao mesmo tempo em que insinuam desafiar a ordem do Imperialismo (prometendo até o rompimento com a democracia representativa, para em seu lugar instituirem a mal compreendida participativa), esses intrépidos homens de "esquerda" nem fazem e nem desocupam a moita.
Sem o destemor indispensável aos descrentes em qualquer forma de governo, e por isso sem a convicção dos anarquistas (a apregoarem a mudança da sociedade a partir de dois únicos fundamentos -a coordenação e o trabalho), contudo, ainda bradando como se anarquistas fossem, agem os "esquerdistas" deste naipe através do caleidoscópio da sua veemente contradição: pedem votos!
(Marcus Moreira Machado)
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