Os meios de comunicação de massa são o oposto da obra de pensamento que é a obra cultural. Esta leva a pensar, a observar, a refletir. As imagens publicitárias, as televisivas e toda a parafernália na mídia, em seu excesso desprovido de critica, nos impedem a imaginação. Tudo para elas é convertido em vulgo entretenimento, das guerras e genocídios às greves e cerimoniais ritualísticos; das catástrofes que dizimam centenas de milhares de pessoas às obras de arte e do pensamento.
Diversamente, a cultura deve ser entendida como o aperfeiçoamento, a depuração dos direitos humanos.
Num mundo como o contemporâneo, anti-intelectual, avesso a teorias e inimigo do raciocínio autônomo, a razão tem foro privilegiado.
Cultura é pensamento e reflexão.
Pensar é o contrário de obedecer.
A indústria cultural,, no entanto, cria um arremedo de participação nesse processo, não obstante o exato entendimento de que o direito de acesso a bens culturais é a melhor interpretação do direito à cultura, como ponto inicial na transformação das consciências.
Nota-se que esses bens culturais não têm origem somente no empreendimento das mentes geniais que os criam, pois contam com a anônima colaboração dos que se contagiam com essa criação.
Muitos são, porém, os colocados à margem da cultura expressiva. A exclusão de multidões de pessoas, apartadas das realizações espirituais da nossa sociedade, é agravada pela indústria cultural que destitui os indivíduos de sua própria cultura, descaracterizando-a e transmudando-a através de arranjos massificados.
Não possuir essa cultura do vulgo será manter a possibilidade de autêntica atuação cultural.
(Marcus Moreira Machado)
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