A linguagem e o discurso constroem, regulam e controlam o conhecimento, as relações sociais e as instituições e, sem dúvida, as práticas analíticas, tais como as investigações e a pesquisa. Eles não se limitam à noção de discurso à linguagem, mas referem-se mais genericamente às palavras-chave recorrentes em todos os textos de todos os tipos. Tais palavras-chave aparecem intextualmente e compreendem padrões familiares de conhecimento e práticas que são disciplinares e paradigmáticos. Segundo tal entendimento, as instituições sociais como escolas e universidades são constituídas por e através de discursos que engendram o denso tecido de textos falados, escritos e simbólicos das burocracias institucionais (políticas, documentos, curriculares, formulários) e seus ubíquos encontros face a face (interações em salas de aula, conversas informais).
A “desconstrução” filosófica e literária indaga se interpretações definitivas são possíveis em primeira instância. Conclui-se que o pós-estruturalismo constitui uma crítica da ontologia e da epistemologia nas abordagens empíricas às ciências sociais, além de defender a idEia de que toda investigação é por definição uma forma de análise do discurso e que, toda pesquisa consiste na "leitura" e na "reescrita" de uma série de textos de um ponto de vista histórico e epistemológico particular. A segunda orientação da análise crítica do discurso traz da sociologia a premissa de que as práticas textuais existentes e as interações com textos tornam-se formas "corporificadas" de "capital cultural", com valor de troca em campos sociais particulares. Estes textos são vistos como articulações "heteroglóssicas" de interesses históricos, culturais e de classe em luta por capital e poder social. Como coletar, ler e interpretar tais textos, e como analisar e situar seu "poder simbólico" é uma tarefa complexa. Requer o estudo dos diversos "mercados linguísticos" e "campos sociais", nos quais, a competência pela educação utilizada. A análise crítica do discurso apropria-se da teoria cultural neomarxista como sua terceira orientação, apoiando-se na ideia de que esses discursos são produzidos e usados dentro de economias políticas e, assim, produzem e articulam nesses campos interesses ideológicos e formações sociais e movimentos mais amplos. Sendo assim, o autor nos mostra que essa virada teórica possui o potencial de desestabilizar as teorias e os paradigmas dominantes. A análise do discurso na perspectiva crítica parte da premissa de que não existe regular distribuição de poder e recursos entre falantes e ouvintes, leitores e escritores, ou seja, que o seu acesso a recursos linguísticos e sociais são desiguais e assimétricos. Ao estabelecerem posições de leitura, os textos têm a possibilidade de interpelar os leitores, situando-os e posicionando-os em relações identificáveis de poder e agência quanto a esses textos. A principal unidade para análise do discurso em uma perspectiva crítica é o texto. Portanto, as formas convencionais, os gêneros e subgêneros ao mesmo tempo limitam e possibilitam os significados e as relações sociais entre falantes e ouvintes leitor e escritores. Pode-se identificar duas formas de análises textuais, quanto às posições de sujeito e quanto à forma que se estruturam as relações sociais entre sujeitos, que nos livros didáticos têm enfocado tradições seletivas de valores, ideologias e representações. O uso da voz ativa ou passiva em um livro didático de história descrevendo a "colonização" das Américas, por exemplo, pode ter o efeito ideológico de situar ou em primeiro plano ou no fundo de cena a agência anglo-européia. A escolha lexical de "colonização" em vez de "invasão" e de verbos. Ou talvez, como muitos outros livros didáticos, ele dirija as análises e as ações de seus leitores com perguntas imperativos, por exemplo: "Responda as seguintes questões após a leitura". Tal procedimento, utiliza as técnicas interdisciplinares de análise textual para ver como os textos constroem representações do mundo das identidades e das relações sociais. Dito isto, um alerta para que o discurso e a linguagem na vida diária podem funcionar ideologicamente fazendo com que idéia particular pareça senso comum e natural. Assim, a tarefa da análise crítica do discurso é ao mesmo tempo; desconstrutora e construtora. Em seu momento desconstrutor, visa quebrar e problematizar os temas e as relações de poder da fala escrita do cotidiano. Em seu momento construtor, a análise crítica do discurso tem sido aplicada no desenvolvimento de um currículo de alfabetização crítica com objetivo de expandir a capacidade dos alunos (as) de criticar e analisar discursos e relações sociais, e com o objetivo de uma distribuição mais equitativa dos recursos discursivos.
(Caos Markus)
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REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 1 de janeiro de 2014
SÁBADO, 11 DE JANEIRO DE 2014: "TECENDO DISCURSOS"
SEXTA-FEIRA, 10 DE JANEIRO DE 2014: "REPENSANDO A LINGUAGEM"
A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas fundamentalmente, uma relação mediada. A criança no primeiro ano de vida desenvolve os movimentos sistemáticos, a percepção, o cérebro, as mãos, e também o uso de instrumentos mediadores, ou seja, seu organismo inteiro . À medida em que a criança torna-se mais experiente , adquire um maior número de modelos . Esses modelos representam um esquema cumulativo refinado de todas as ações similares . E para atingir esse objetivo , a criança utiliza instrumentos auxiliares na solução de tarefas . Os signos e as palavras constituem para as crianças , primeiro e acima de tudo , um meio de contato social com outras pessoas .
A relação entre o uso de instrumentos e a fala afeta várias funções psicológicas , em particular a percepção ( para construir o mundo em nossas cabeças , devemos detectar a energia física do ambiente e codificá-la como sinais neuronais; ao longo de desenvolvimento, entretanto , principalmente através da internalização da linguagem e dos conceitos e significados culturalmente desenvolvidos ; a percepção deixa de ser uma relação direta entre o indivíduo e o meio , passando a ser mediada por conteúdos culturais ) , as operações sensório-motoras ( aquisição da idéia da permanência do objeto , a noção de que os objetos continuam a existir quando não são percebidos ) e a atenção ( o bebê nasce com mecanismos de atenção involuntária : estímulos muito intensos , mudanças bruscas no ambiente , objetos em movimento ; ao longo do desenvolvimento , o indivíduo passa a ser capaz de dirigir voluntariamente , sua atenção para elementos do ambiente que ele tenha definido como relevantes Quando a criança transfere sua atenção para outro lugar cria dessa forma um novo foco na estrutura dinâmica de percepção . Os movimentos das crianças são repletos de atos motores hesitantes e difusos que
se interrompem e recomeçam sucessivamente .
A criança vai passar por um processo de aquisição de linguagem que já existe no seu ambiente . Nas fases iniciais da aquisição da linguagem a criança utiliza , então , da linguagem externa disponível no seu meio , com a função de comunicar . A linguagem é a ferramenta mais importante , agindo decisivamente na estrutura do pensamento , e é fundamentalmente básica para a construção do conhecimento . A linguagem é considerada como um instrumento , pois ela atuaria para modificar o desenvolvimento e a estrutura das funções psicológicas . O sujeito do conhecimento não é apenas ativo , mas interativo , porque constitui conhecimento e se constitui a partir de relações intra e interpessoais .
A "fala" e o uso de signos são incorporados a qualquer ação . Com o decorrer do tempo , a fala vai desenvolvendo a parte cognitiva e essencial na organização das funções psicológicas . A criança que tem a fala , dirige sua atenção de maneira mais dinâmica . A linguagem então é o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos , sendo a principal mediadora entre o sujeito e o objeto do conhecimento . Em cada situação de interação , o sujeito está em um momento de sua trajetória particular , trazendo consigo determinadas possibilidades de interpretação do material que obtém do mundo externo . O curso do desenvolvimento da criança caracteriza-se por uma alteração radical na própria estrutura do comportamento : a cada novo estágio , a criança não só muda suas respostas , como também as realiza de maneiras novas , gerando novos instrumentos de comportamento e substituindo sua função psicológica por outra . A complexidade crescente do comportamento das crianças reflete-se na mudança dos meios que elas usam para realizar novas tarefas e na correspondente reconstrução de seus processos psicológicos .
A relação entre o uso de instrumentos e a fala afeta várias funções psicológicas , em particular a percepção ( para construir o mundo em nossas cabeças , devemos detectar a energia física do ambiente e codificá-la como sinais neuronais; ao longo de desenvolvimento, entretanto , principalmente através da internalização da linguagem e dos conceitos e significados culturalmente desenvolvidos ; a percepção deixa de ser uma relação direta entre o indivíduo e o meio , passando a ser mediada por conteúdos culturais ) , as operações sensório-motoras ( aquisição da idéia da permanência do objeto , a noção de que os objetos continuam a existir quando não são percebidos ) e a atenção ( o bebê nasce com mecanismos de atenção involuntária : estímulos muito intensos , mudanças bruscas no ambiente , objetos em movimento ; ao longo do desenvolvimento , o indivíduo passa a ser capaz de dirigir voluntariamente , sua atenção para elementos do ambiente que ele tenha definido como relevantes Quando a criança transfere sua atenção para outro lugar cria dessa forma um novo foco na estrutura dinâmica de percepção . Os movimentos das crianças são repletos de atos motores hesitantes e difusos que
se interrompem e recomeçam sucessivamente .
A criança vai passar por um processo de aquisição de linguagem que já existe no seu ambiente . Nas fases iniciais da aquisição da linguagem a criança utiliza , então , da linguagem externa disponível no seu meio , com a função de comunicar . A linguagem é a ferramenta mais importante , agindo decisivamente na estrutura do pensamento , e é fundamentalmente básica para a construção do conhecimento . A linguagem é considerada como um instrumento , pois ela atuaria para modificar o desenvolvimento e a estrutura das funções psicológicas . O sujeito do conhecimento não é apenas ativo , mas interativo , porque constitui conhecimento e se constitui a partir de relações intra e interpessoais .
A "fala" e o uso de signos são incorporados a qualquer ação . Com o decorrer do tempo , a fala vai desenvolvendo a parte cognitiva e essencial na organização das funções psicológicas . A criança que tem a fala , dirige sua atenção de maneira mais dinâmica . A linguagem então é o sistema simbólico básico de todos os grupos humanos , sendo a principal mediadora entre o sujeito e o objeto do conhecimento . Em cada situação de interação , o sujeito está em um momento de sua trajetória particular , trazendo consigo determinadas possibilidades de interpretação do material que obtém do mundo externo . O curso do desenvolvimento da criança caracteriza-se por uma alteração radical na própria estrutura do comportamento : a cada novo estágio , a criança não só muda suas respostas , como também as realiza de maneiras novas , gerando novos instrumentos de comportamento e substituindo sua função psicológica por outra . A complexidade crescente do comportamento das crianças reflete-se na mudança dos meios que elas usam para realizar novas tarefas e na correspondente reconstrução de seus processos psicológicos .
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 9 DE JANEIRO DE 2014: "MEDIANDO SIGNOS"
A relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas fundamentalmente, uma relação mediada. A criança no primeiro ano de vida desenvolve os movimentos sistemáticos, a percepção, o cérebro, as mãos, e também o uso de instrumentos mediadores, ou seja, seu organismo inteiro. À medida em que ela torna-se mais experiente, adquire um maior número de modelos. Esses modelos representam um esquema cumulativo refinado de todas as ações similares. E para atingir esse objetivo, utiliza instrumentos auxiliares na solução de tarefas. Os signos e as palavras constituem para as crianças, primeiro e acima de tudo, um meio de contato social com outras pessoas.
Ao longo do desenvolvimento, o indivíduo passa a ser capaz de dirigir, voluntariamente, sua atenção para elementos do ambiente que ele tenha definido como relevantes. Quando a criança transfere sua atenção para outro lugar cria, dessa forma, um novo foco na estrutura dinâmica de percepção. Seus movimentos são repletos de atos motores hesitantes e difusos que se interrompem e recomeçam sucessivamente.
Acredita-se que o seu desenvolvimento é um processo dialético complexo, caracterizado pela periodicidade, desigualdade, no desenvolvimento de diferentes funções metamorfose ou transformação qualitativa de uma forma ou outra . Para a mente ingênua, evolução e revolução parecem incompatíveis e o desenvolvimento histórico só está ocorrendo enquanto segue uma linha reta . Onde ocorrem distúrbios, a trama histórica é rompida, a mente ingênua vê somente catástrofe, interrupção e descontinuidade. Parece que a narrativa pára de repente, até retomar, uma vez mais, a via direta e linear de
desenvolvimento. O pensamento científico, ao contrário, mediando signos, vê revolução e evolução como duas formas de desenvolvimento mutuamente relacionadas, sendo uma pressuposto da outra e vice-versa .
(Caos Markus)
(Caos Markus)
QUARTA-FEIRA, 8 DE JANEIRO DE 2014: "DESAFIANDO PRÁTICAS"
O processo de ensino-aprendizagem envolve um conteúdo que é ao mesmo tempo produção e produto. Parte de um conhecimento que é formal (curricular) e outro que é latente, oculto e provém dos indivíduos.
Todo ato educativo depende, em grande parte, das características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades escolares e demais fatores do processo. Assim, a educação se dá na coletividade, mas não perde de vista o indivíduo que é singular (contextual, histórico, particular, complexo). Portanto, é preciso compreender que o processo ensino-aprendizagem se dá na relação entre indivíduos que possuem sua história de vida e estão inseridos em contextos de vida próprios.
Pela diversidade individual e pela potencialidade que esta pode oferecer à produção de conhecimento, consequentemente ao processo de ensino e aprendizagem, pode-se entender que há necessidade de estabelecer vínculos significativos entre as experiências de vida dos alunos, os conteúdos oferecidos pela escola e as exigências da sociedade, estabelecendo também relações necessárias para compreensão da realidade social em que vive e para mobilização em direção a novas aprendizagens com sentido concreto.
Pensar cada indivíduo como um contribuinte no processo de ensinar-aprender é admitir a superaração da dicotomia 'transmissão/produção' do saber, voltando-se a uma concepção de aprendizagem a tornar possível resgatar: a) a unidade do conhecimento, através de uma visão da relação sujeito/objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade do mundo e a subjetividade; b) a realidade concreta da vida dos indivíduos, como fundamento para toda e qualquer investigação.
Lembrando que o processo ensino-aprendizagem ocorre a todo momento e em qualquer lugar questiona-se então neste processo, qual o papel da escola? Como deve esta deve ser considerada? E qual o papel do professor?
É função da escola realizar a mediação entre o conhecimento prévio dos alunos e o sistematizado, propiciando formas de acesso ao conhecimento científico. Nesse sentido os alunos caminham, ao mesmo tempo, na apropriação do conhecimento sistematizado, na capacidade de buscar e organizar informações, no desenvolvimento de seu pensamento e na formação de conceitos. O processo de ensino deve, pois, possibilitar a apropriação dos conteúdos e da própria atividade de conhecer.
A escola é um palco de ações e reações, onde ocorre o saber-fazer. É constituída por características políticas, sociais, culturais e críticas. Ela é um sistema vivo, aberto . E como tal, deve ser considerada como em contínuo processo de desenvolvimento influenciando e sendo influenciada pelo ambiente, onde existe um feedback dinâmico e contínuo.
É neste ambiente de produções e produto que se insere o professor, o educador, não como um indivíduo superior, em hierarquia com o educando, como detentor do saber-fazer, mas como um igual, onde o relacionamento ente ambos concretiza o processo de ensinar-aprender.
O papel do professor é o de dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu dever conhecer como funciona o processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Pois, além de professor, ele será sempre ser humano, com direitos e obrigações diversas.
Pensar no educador como um ser humano é levar à sua formação o desafio de resgatar as dimensões cultural, política, social e pedagógica, isto é, resgatar os elementos cruciais para que se possa redimensionar suas ações no/para o mundo.
Ainda no processo da história da produção do saber, permanece na atualidade o desafio de tornar as práticas educativas mais condizentes com a realidade, mais humanas e, com teorias capazes de abranger o indivíduo como um todo, promovendo o conhecimento e a educação.
Todo ato educativo depende, em grande parte, das características, interesses e possibilidades dos sujeitos participantes, alunos, professores, comunidades escolares e demais fatores do processo. Assim, a educação se dá na coletividade, mas não perde de vista o indivíduo que é singular (contextual, histórico, particular, complexo). Portanto, é preciso compreender que o processo ensino-aprendizagem se dá na relação entre indivíduos que possuem sua história de vida e estão inseridos em contextos de vida próprios.
Pela diversidade individual e pela potencialidade que esta pode oferecer à produção de conhecimento, consequentemente ao processo de ensino e aprendizagem, pode-se entender que há necessidade de estabelecer vínculos significativos entre as experiências de vida dos alunos, os conteúdos oferecidos pela escola e as exigências da sociedade, estabelecendo também relações necessárias para compreensão da realidade social em que vive e para mobilização em direção a novas aprendizagens com sentido concreto.
Pensar cada indivíduo como um contribuinte no processo de ensinar-aprender é admitir a superaração da dicotomia 'transmissão/produção' do saber, voltando-se a uma concepção de aprendizagem a tornar possível resgatar: a) a unidade do conhecimento, através de uma visão da relação sujeito/objeto, em que se afirma, ao mesmo tempo, a objetividade do mundo e a subjetividade; b) a realidade concreta da vida dos indivíduos, como fundamento para toda e qualquer investigação.
Lembrando que o processo ensino-aprendizagem ocorre a todo momento e em qualquer lugar questiona-se então neste processo, qual o papel da escola? Como deve esta deve ser considerada? E qual o papel do professor?
É função da escola realizar a mediação entre o conhecimento prévio dos alunos e o sistematizado, propiciando formas de acesso ao conhecimento científico. Nesse sentido os alunos caminham, ao mesmo tempo, na apropriação do conhecimento sistematizado, na capacidade de buscar e organizar informações, no desenvolvimento de seu pensamento e na formação de conceitos. O processo de ensino deve, pois, possibilitar a apropriação dos conteúdos e da própria atividade de conhecer.
A escola é um palco de ações e reações, onde ocorre o saber-fazer. É constituída por características políticas, sociais, culturais e críticas. Ela é um sistema vivo, aberto . E como tal, deve ser considerada como em contínuo processo de desenvolvimento influenciando e sendo influenciada pelo ambiente, onde existe um feedback dinâmico e contínuo.
É neste ambiente de produções e produto que se insere o professor, o educador, não como um indivíduo superior, em hierarquia com o educando, como detentor do saber-fazer, mas como um igual, onde o relacionamento ente ambos concretiza o processo de ensinar-aprender.
O papel do professor é o de dirigir e orientar a atividade mental dos alunos, de modo que cada um deles seja um sujeito consciente, ativo e autônomo. É seu dever conhecer como funciona o processo ensino-aprendizagem para descobrir o seu papel no todo e isoladamente. Pois, além de professor, ele será sempre ser humano, com direitos e obrigações diversas.
Pensar no educador como um ser humano é levar à sua formação o desafio de resgatar as dimensões cultural, política, social e pedagógica, isto é, resgatar os elementos cruciais para que se possa redimensionar suas ações no/para o mundo.
Ainda no processo da história da produção do saber, permanece na atualidade o desafio de tornar as práticas educativas mais condizentes com a realidade, mais humanas e, com teorias capazes de abranger o indivíduo como um todo, promovendo o conhecimento e a educação.
(Caos Markus)
TERÇA-FEIRA, 7 DE JANEIRO DE 2014:: "GESTOR DE SI MESMO"
Muitas pessoas querem fórmulas para gerenciar suas vidas. O importante não são as receitas, mas as idéias, as crenças, os valores e as atitudes que assumimos a cada dia. Sem cair em esquemas simplistas, apontaremos algumas pistas para saber se estamos gerenciando bem nossos processos de comunicação no âmbito pessoal, grupal e social.
Evoluímos à medida que sentirmos um clima de paz dentro de nós e criarmos um ambiente pessoal acolhedor no qual respiramos livremente. A paz é um processo resultante de uma síntese equilibrada de vida, de estar bem consigo mesmo e com os outros, de encarar de forma aberta a vida em todas as suas possibilidades e limitações e de encontrar espaços profissionais adequados ao nosso perfil, nos quais poderemos evoluir e obter retornos interessantes.
Há períodos em que algumas circunstâncias complicam o nosso ambiente de paz, nos perturbam, inquietam e desestruturam. Ninguém é imune a crises, perdas ou tensões. Estamos evoluindo se esses momentos ou períodos não nos tirar totalmente do rumo, se conseguirmos reequilibrar-nos, ao menos parcialmente, e retomar nosso ambiente íntimo e acolhedor (de aceitação, de valorização pessoal) de forma progressiva e consistente.
Paz não é sinônimo de acomodação ou indiferença, mas sim um processo de construção permanente, de integração crescente, de evolução constante. Evoluímos mais se nos aceitamos como somos, com as qualidades e contradições, uma aceitação de verdade, carinhosa, compreensiva e progressiva, na busca de encontrar o nosso eixo, nosso ponto de equilíbrio e integração.
A aceitação articula-se com as mudanças possíveis a cada momento e com uma ação constante de melhoria a partir da observação, reflexão e novas práticas, como o desenvolvimento de um ambiente de paz com as pessoas mais próximas, tanto no aspecto afetivo quanto no profissional, aceitando-as como são e interagindo com elas da melhor forma possível, sem agressividade e ressentimentos. É importante também ampliar a integração com outros ambientes (cidade e campo), inclusive os virtuais; enfim, com o universo como um todo.
Se assumimos uma postura fundamentalmente de expansão, abertura e crescimento, sentiremos mais alegria que tristeza, mais paz que inquietação. A alegria interior não depende basicamente das circunstâncias. Não caminhamos entre picos de exaltação e de tristeza, mas, mesmo em momentos difíceis, conseguiremos manter uma atitude de paz, alegria e confiança.
Tudo está interligado. Tudo afeta tudo. Desmatamento, aquecimento global e acidentes ecológicos trazem conseqüências para milhões de pessoas, abrangendo muitos países, durante muitos anos. Todos somos responsáveis por tudo. Construímos a paz entre todos, porém, só pode ser duradoura se nascer primeiro dentro de nós.
À medida que gerenciamos melhor nossa vida, caminharemos em direção de uma maior integração em todas as dimensões (sensorial, emoçional, de idéia, de intuição) na relação pessoal, grupal e social.
Se assumirmos progressivamente o comando das nossas ações, (o que decidimos o que acreditamos ser melhor para cada momento), não seremos influenciados por modas ou por outros tipos de pressão; se equilibramos compreensão e julgamento, reflexão e ação, entenderemos os pontos de vista dos outros.
É importante aprender a gerenciar as forças contraditórias que pululam dentro e fora de nós, procurando integrar, organizar, coordenar, arrumar e encontrar um sentido para as diferentes forças, idéias, tendências e energias que nos cercam, nos ameaçam e nos puxam para várias direções. É essencial também encontrar e manter nosso núcleo integrador -o 'eu' autêntico, profundo- a partir do qual percebemos, sentimos, avaliamos, decidimos e interagimos. Se conseguimos definir e organizar esse núcleo pessoal mínimo, torna-se muito mais fácil lidar com o caos, as informações desencontradas, as contradições e as ameaças.
O ponto de partida para sair de onde estamos e melhorar nossa vida é aceitar-nos, assumir tanto o que fizemos até agora quanto o nosso passado, a nossa trajetória e os caminhos percorridos, com todas as suas implicações, reconhecer o que nos ajudou e o que nos complicou, assim como os acertos e os erros, aceitando-nos como pessoas no seu conjunto.
Evoluímos mais quando conseguimos integrar o passado e o presente, o individual e o grupal, o material e o espiritual, o trabalho e o lazer, o presencial e o virtual, o tradicional e o inovador, o que está organizado e o que está desestruturado. Evoluímos mais quando integramos nosso “eu” dividido; quando aceitamos nossas contradições, nossos diversos papéis, expectativas e realizações, bem como nossas qualidades e defeitos.
A integração de atividade e reflexão, de eficiência e concentração, de razão e intuição é um caminho promissor de evolução pessoal. É importante alternar momentos de relaxamento e de meditação com outros de atividades que exigem resultados – atitudes “zen” com atitudes de dinamismo intenso. Quanto mais unirmos a atitude fundamental de paz e reflexão com a das realizações concretas, mais evoluiremos e melhores resultados colheremos em todos os campos da vida.
Evoluímos mais quando conseguimos integrar o passado e o presente, o individual e o grupal, o material e o espiritual, o trabalho e o lazer, o presencial e o virtual, o tradicional e o inovador, o que está organizado e o que está desestruturado. Evoluímos mais quando integramos nosso “eu” dividido; quando aceitamos nossas contradições, nossos diversos papéis, expectativas e realizações, bem como nossas qualidades e defeitos.
A integração de atividade e reflexão, de eficiência e concentração, de razão e intuição é um caminho promissor de evolução pessoal. É importante alternar momentos de relaxamento e de meditação com outros de atividades que exigem resultados – atitudes “zen” com atitudes de dinamismo intenso. Quanto mais unirmos a atitude fundamental de paz e reflexão com a das realizações concretas, mais evoluiremos e melhores resultados colheremos em todos os campos da vida.
Esse processo de ação-reflexão, embora tenha muitas formas de expressão, denomina-se processo de interiorização: o ato de perceber formas mais e mais complexas e profundas de compreensão da realidade e de comunicação conosco, com os outros e com o universo como um todo.
As formas concretas de integrar esses dois modos de viver, essas duas filosofias básicas, dependerão muito da personalidade de cada um, da sua história de vida. Mas é importante fazer experiências de integração em que nos sintamos confortáveis e não nos forcem violentamente nossa forma de ser, que acrescentem, mas não sufoquem aquilo que já fazemos bem. Integrar, acrescentando e não diminuindo.
Para que esse processo de interiorização evolua satisfatoriamente, é fundamental ficar com as antenas ligadas e os canais sensoriais, intuitivos e de organização do conhecimento abertos para captar, de forma tranquila, informações soltas, dispersas, nesse múltiplo contato com tantas realidades distintas.
As formas concretas de integrar esses dois modos de viver, essas duas filosofias básicas, dependerão muito da personalidade de cada um, da sua história de vida. Mas é importante fazer experiências de integração em que nos sintamos confortáveis e não nos forcem violentamente nossa forma de ser, que acrescentem, mas não sufoquem aquilo que já fazemos bem. Integrar, acrescentando e não diminuindo.
Para que esse processo de interiorização evolua satisfatoriamente, é fundamental ficar com as antenas ligadas e os canais sensoriais, intuitivos e de organização do conhecimento abertos para captar, de forma tranquila, informações soltas, dispersas, nesse múltiplo contato com tantas realidades distintas.
Um critério avalizável da nossa evolução pessoal é a capacidade de: perceber e aceitar pontos de vista diferentes; colocar-nos no lugar dos outros; rever posições assumidas; aceitar erros; experimentar novas propostas, e adaptar-nos a cada nova circunstância, a cada pessoa, a cada grupo. Evoluímos mais quando buscamos maior número de alternativas. O novo surge muitas vezes de novas interpretações de dados, de novas conexões e de novas relações. É fundamental estimular essa busca.
A pessoa rígida só aceita uma alternativa, a mesma de sempre, a previsível. A pessoa aberta acredita que sempre poderá haver uma outra solução para um problema. Se temos uma visão aberta, integradora da realidade e relacionamos cada informação com o conjunto, tudo começará a fazer sentido. Se estivermos atentos ao que acontece ao nosso lado, encontraremos novas formas de compreensão, ação e realização.
Vale a pena comunicar-nos com um novo olhar, com uma nova prática mais compreensiva, no duplo sentido de compreender empática e intelectualmente o outro, o mundo, nós mesmos. E compreender também no sentido de abranger, integrar, cercar e delimitar de forma ampla.
Comunicar-nos através de um olhar compreensivo, que enxerga além das aparências, que percebe como raios X, e além do imediato, do material, o processo de evolução pessoal, organizacional e social. As pessoas, os grupos e a sociedade tendem a melhorar, embora não seja de forma linear. Numa perspectiva diacrônica, de longo prazo, a tendência é evoluir, humanizar-nos para tornar-nos mais complexos.
Em cada organismo há um movimento em direção à realização construtiva, ao desenvolvimento mais complexo e mais complexo.
Comunicar-nos através de um olhar compreensivo, que enxerga além das aparências, que percebe como raios X, e além do imediato, do material, o processo de evolução pessoal, organizacional e social. As pessoas, os grupos e a sociedade tendem a melhorar, embora não seja de forma linear. Numa perspectiva diacrônica, de longo prazo, a tendência é evoluir, humanizar-nos para tornar-nos mais complexos.
Em cada organismo há um movimento em direção à realização construtiva, ao desenvolvimento mais complexo e mais complexo.
É possível observar se mantemos formas de comunicação participativas, criativas e produtivas com os que convivem conosco, com familiares, parceiros, amigos e colegas, como também interações grupais equilibradas, predominantemente positivas. O fato de estarmos mais abertos a novas interações é uma constatação de que evoluímos na direção certa.
É importante desenvolver processos de educação e de mudança novos. Uma nova educação será feita por pessoas e instituições que também estejam em mudança, adotando paradigmas e atitudes inovadores e integradores.
É importante desenvolver processos de educação e de mudança novos. Uma nova educação será feita por pessoas e instituições que também estejam em mudança, adotando paradigmas e atitudes inovadores e integradores.
Evoluímos à medida que desenvolvemos uma atuação produtiva para a sociedade, dentro das nossas possibilidades, mas também quando os outros reconhecem o nosso valor, várias instituições nos aceitam, somos recompensados financeiramente e ganhamos maior status profissional e social. Muitas pessoas estão dispersas na vida, desfocadas. Fazem muitas atividades, mas sem um objetivo, uma direção. A vida ganha novo sentido quando definimos alguns focos: algo que nos motiva e em que vamos investir mais.
Nossa vida é um conjunto de ações soltas, seqüenciadas e sustentadas por um laço invisível que é o ter ou não um foco, um direcionamento. Alguns têm, por trás das ações, focos bem definidos. Outros deixam-se levar pelos acontecimentos, vão à mercê das solicitações. A vida passa a ter sentido quando há um foco integrador, quando nosso eu coordena as múltiplas tarefas e as direciona para uma busca de sentido progressivamente realizador. O foco é um polarizador para o qual convergem as energias, os esforços.
Um foco difuso é mais abrangente, mas ilumina pouco. O foco não pode ser rígido, excessivamente estreito, pois perdemos de vista outras dimensões. Pode ser mudado, mas em cada etapa é bom defini-lo para ficar claro. Aparece em algo que nos é mais fácil e em que os outros sempre nos elogiam. Aquilo que para outros é difícil, torna-se, para nós, fácil. Cada um tem aptidão para algo, que fará melhor que os outros. Esse pode ser o foco principal.
A integração desses níveis é importante para o crescimento pessoal e comunitário. Nós nos sentiremos realizados se estivermos centrados e reequilibrados. Mas também crescemos ao desenvolver interações positivas nos vários ambientes em que nos movemos e, finalmente, necessitamos também do reconhecimento social, que se manifesta na nossa aceitação como cidadãos e na valorização monetária do nosso trabalho e em ser bem aceitos por vários grupos sociais e instituições. Quanto mais integrarmos essas dimensões, mais fácil nos será viver, cada um buscando ser gestor de si próprio.
(Caos Markus)
SEGUNDA-FEIRA, 6 DE JANEIRO DE 2014: "DECISÃO E O VALOR DA ESCOLHA"
É fundamental agir no nosso ritmo, naquele em que nos é possível no momento, e ficarmos atentos para aumentá-lo e tomar decisões sem forçar, aceitando as idas e vindas, as hesitações que aparecem, tentando enfrentá-las e superá-las uma a uma.
Vale a pena começar a mudança pelo possível, pelo mais fácil. As práticas na direção libertadora facilitarão as etapas posteriores. Não pensemos em quão comprido vai ser o caminho, mas a andar passo a passo, até onde hoje nos seja possível.
Vale a pena começar a mudança pelo possível, pelo mais fácil. As práticas na direção libertadora facilitarão as etapas posteriores. Não pensemos em quão comprido vai ser o caminho, mas a andar passo a passo, até onde hoje nos seja possível.
É importante buscar pontos de apoio; procurar grupos que estejam em processos afins; conhecer pessoas em que possamos confiar, que não nos julguem negativamente, nem nos invejem, e interagir com profissionais da comunicação e da saúde para que nos ajudem a perceber-nos melhor e desvendar nossos processos mentais e emocionais.
Cada um de nós tem suas crenças e formas de expressar sua religiosidade. Se elas nos ajudam a perceber melhor o que nos acontece, ter paz e comunicar-nos com os outros, podem ser-nos muitos úteis.
Cada um de nós tem suas crenças e formas de expressar sua religiosidade. Se elas nos ajudam a perceber melhor o que nos acontece, ter paz e comunicar-nos com os outros, podem ser-nos muitos úteis.
O nosso foco não pode permanecer somente no aspecto individual, mas estar também direcionado ao comunitário, aos grupos dos quais participamos. Quanto mais nos inserirmos em espaços de ação comunitária, mais cresceremos, aprenderemos, viveremos. Nessa perspectiva de integração pessoal e comunitária, encontraremos nas tecnologias parcerias permanentes e criativas para expandir permanentemente nossas várias possibilidades de informação, comunicação e ação.
Tomar decisões é fundamental para evoluir, para mudar. Decidir nos assusta. Todas as escolhas implicam riscos, ganhos e perdas. Nada nos garante que não cometeremos outros erros e que iremos acertar sempre. É essencial fortalecer nossa auto-estima. Se estamos num processo honesto de mudança, encontraremos o melhor momento e a melhor forma de decidir e de agir.
A mudança ocorrerá quando estivermos convencidos de que uma das opções é melhor que as outras e fortalecer-nos nessa decisão, levando-a adiante, se não houver graves sinalizações em contrário no caminho. Quem não decide não percebe o valor da nova escolha, porque fica de olho também no que vai perder e se apega a roteiros já conhecidos. Alguns querem mudar e sabem que têm que mudar, mas não sabem o que pôr no lugar. Sentem-se tão machucados com perdas passadas, que permanecem paralisados com o receio apavorante de acumular mais uma derrota.
Cada um precisa de tempos diferentes para tomar uma decisão. É um processo que não se deve apressar ou forçar de fora, mesmo que pareça evidente a solução. Podemos informar alguém que necessite de auxílio, dar-lhe nossos parâmetros, nosso apoio, mas não induzi-lo a decidir. Ele saberá quando é o momento dele. E se não souber, continuaremos apoiando-o, até onde nos for possível e ele precisar.
"Ainda não é muito tarde" era o título de um programa de educação de adultos de uma emissora de televisão italiana, anos atrás. Ainda não é tarde para aprender a viver, integrando todas as dimensões da nossa vida: as pessoais, as sociais e as tecnológicas. Fiquemos atentos ao bom gerenciamento de nossos aspectos: do emocional e intelectual, do passado e do presente.
"Ainda não é muito tarde" era o título de um programa de educação de adultos de uma emissora de televisão italiana, anos atrás. Ainda não é tarde para aprender a viver, integrando todas as dimensões da nossa vida: as pessoais, as sociais e as tecnológicas. Fiquemos atentos ao bom gerenciamento de nossos aspectos: do emocional e intelectual, do passado e do presente.
É importante também integrar nossa inserção mais participativa, engajada em grupos e comunidades, assim como todas as tecnologias, potencializadoras da nossa ação pessoal e comunitária. Além de ampliar nossa comunicação em quantidade e qualidade, caminhando na direção de maior confiança, abertura, compreensão e autenticidade. Vamos aprender a expandir nossos círculos de interação e ampliar nossas redes de comunicação, tornando-as mais participativas, de maior qualidade. Vale a pena ampliar a nossa ação comunicativa pessoal, interpessoal e comunitária: a nossa vida e a de muitas pessoas se transformarão de forma contínua e extremamente enriquecedora.
É fundamental primeiro querer ou renovar nosso desejo de mudar. Depois mudar no que nos for possível, no nosso ritmo e do nosso jeito, atentos e ao mesmo tempo aceitando os limites e as dificuldades que se apresentam, sem negá-las. A mudança não pode ter a tônica do sofrimento, mas da alegria, da paz. Há algum sofrimento, sem dúvida. É como quando precisamos retirar umband-aid da nossa pele Quanto maior a ferida, com mais cuidado o retiramos; vamos umedecendo a material e a pele até que desgrude e se liberte. Alguns preferem arrancar de uma vez o curativo. Há momentos em que isso é possível; em outros, podemos agravar a ferida se não estiver cicatrizada.
Os aspectos fundamentais da nossa personalidade são difíceis de mudar. Os referenciais básicos, com os quais construímos nossa identidade também são difíceis de mudá-los diretamente. É mais fácil fortalecer-nos naquilo em que somos fortes para então mudar. É essencial estarmos abertos para o novo, permitir-nos novos olhares e colocar-nos na perspectiva do outro de vez em quando. Ver de forma diferente. Ver em primeiro lugar, sem julgar imediatamente.
É fundamental primeiro querer ou renovar nosso desejo de mudar. Depois mudar no que nos for possível, no nosso ritmo e do nosso jeito, atentos e ao mesmo tempo aceitando os limites e as dificuldades que se apresentam, sem negá-las. A mudança não pode ter a tônica do sofrimento, mas da alegria, da paz. Há algum sofrimento, sem dúvida. É como quando precisamos retirar umband-aid da nossa pele Quanto maior a ferida, com mais cuidado o retiramos; vamos umedecendo a material e a pele até que desgrude e se liberte. Alguns preferem arrancar de uma vez o curativo. Há momentos em que isso é possível; em outros, podemos agravar a ferida se não estiver cicatrizada.
Os aspectos fundamentais da nossa personalidade são difíceis de mudar. Os referenciais básicos, com os quais construímos nossa identidade também são difíceis de mudá-los diretamente. É mais fácil fortalecer-nos naquilo em que somos fortes para então mudar. É essencial estarmos abertos para o novo, permitir-nos novos olhares e colocar-nos na perspectiva do outro de vez em quando. Ver de forma diferente. Ver em primeiro lugar, sem julgar imediatamente.
Trabalhar suavemente nas nossas mudanças. Começar pela periferia, pelo que nos é mais fácil e avançar no ritmo, na direção e na freqüência, desde que não nos violentem. É importante dar atenção a tudo o que percebemos, sentimos ou fazemos para incorporar algumas idéias, sentimentos e perspectivas, das mais fáceis às mais difíceis. Dar-nos apoio incondicional, mesmo quando retroagimos. O apoio afetivo é fundamental para não esmorecer. E retomar sempre nosso processo de mudança, como um lento cerco que fazemos às muralhas com que nos defendemos.
Continuar à busca de brechas para introduzir-nos, além de fazer pequenos gestos de mudança e avaliar as diversas estratégias de avanço. De pequenas em pequenas mudanças, teremos coragem para chegar àquelas mais abrangentes. Não focar só o longo prazo, mas conquistar aos poucos pequenos espaços de liberdade e realização – progressos possíveis naquele momento. Em seguida, sedimentá-los, reconhecê-los, valorizá-los e incorporá-los.
(Caos Markus)
DOMINGO, 5 DE JANEIRO DE 2014: "CICLOS NO PROCESSO CÍCLICO"
Para se analisar os vários conceitos envolvendo o processo ensino-aprendizagem é necessário ter-se em mente as diferentes épocas nas quais estes se desenvolveram, como também compreender sua mudança no decorrer da história de produção do saber do homem.
O conceito de aprendizagem emergiu das investigações empiristas em Psicologia, ou seja, de investigações levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento provém da experiência. Ora, se o conhecimento provém de outrem, externo ao indivíduo, isto significa afirmar o primado absoluto do objeto e considerar o sujeito como uma tábula rasa, como um ser vazio, sem saberes e com a função única de depositário de conhecimento.
Esta noção inicial é baseada no positivismo, influente em diferentes áreas do saber. Nesta formulação, a aprendizagem se dá pela mudança de comportamento resultante do treino ou da experiência. E se sustenta, preliminarmente, nos trabalhos de respostas sob o efeito dos condicionamentos que, posteriormente, tornam-se operantes.
Para refutar tais significações determinantes do ser humano minimizado na passividade, e não produtor, surge a compreensão racionalista. Neste momento histórico, não se fala em 'aprendizagem', mas em 'percepção, pois tal convicção não acredita no 'conhecimento adquirido', defendendo, sim, o 'conhecimento como resultado de estruturas pré-formadas', a partir do aspecto biológico do indivíduo.
Por fim, há de se chegar à psicologia genética, cujas diversificadas porém similares doutrinas levam a visão de aprendizagem pelo confronto e colaboração do conhecimento das três antecedentes caracterizações.
Atualmente, não só na Educação, também em outras áreas, como a da saúde, pensa-se no indivíduo como um todo, no paradigma denominado 'holístico'.Principia-se de uma visão sistêmica e, consequentemente, amplia-se a ótica de educação, a imagem do processo de ensino-aprendizagem, historicamente caracterizado de formas diferentes, desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento, até o juízo atual, a concebê-com um todo integrado, onde destaca o papel do educando.
As reflexões sobre o ciclo contemporâneo do processo ensino-aprendizagem permite identificar um movimento de ideias de diferentes correntes teóricas acerca da profundidade do binômio ensino e aprendizagem. Entre os fatores causadores dessa perspectiva, são indicadas as contribuições da psicologia moderna relacionada à aprendizagem, responsável por suscitar em muitos a necessidade de se repensar a prática educativa, buscando uma reconfiguração do seu processo.
Esta noção inicial é baseada no positivismo, influente em diferentes áreas do saber. Nesta formulação, a aprendizagem se dá pela mudança de comportamento resultante do treino ou da experiência. E se sustenta, preliminarmente, nos trabalhos de respostas sob o efeito dos condicionamentos que, posteriormente, tornam-se operantes.
Para refutar tais significações determinantes do ser humano minimizado na passividade, e não produtor, surge a compreensão racionalista. Neste momento histórico, não se fala em 'aprendizagem', mas em 'percepção, pois tal convicção não acredita no 'conhecimento adquirido', defendendo, sim, o 'conhecimento como resultado de estruturas pré-formadas', a partir do aspecto biológico do indivíduo.
Por fim, há de se chegar à psicologia genética, cujas diversificadas porém similares doutrinas levam a visão de aprendizagem pelo confronto e colaboração do conhecimento das três antecedentes caracterizações.
Atualmente, não só na Educação, também em outras áreas, como a da saúde, pensa-se no indivíduo como um todo, no paradigma denominado 'holístico'.Principia-se de uma visão sistêmica e, consequentemente, amplia-se a ótica de educação, a imagem do processo de ensino-aprendizagem, historicamente caracterizado de formas diferentes, desde a ênfase no papel do professor como transmissor de conhecimento, até o juízo atual, a concebê-com um todo integrado, onde destaca o papel do educando.
As reflexões sobre o ciclo contemporâneo do processo ensino-aprendizagem permite identificar um movimento de ideias de diferentes correntes teóricas acerca da profundidade do binômio ensino e aprendizagem. Entre os fatores causadores dessa perspectiva, são indicadas as contribuições da psicologia moderna relacionada à aprendizagem, responsável por suscitar em muitos a necessidade de se repensar a prática educativa, buscando uma reconfiguração do seu processo.
Apesar de tantas reflexões, a situação da prática educativa nas escolas ainda demonstra a massificação dos alunos, com pouca ou nenhuma capacidade de resolução de problemas e poder crítico-reflexivo; a padronização do corpo discente em decorar os conteúdos, além da dicotomia 'ensino-aprendizagem' e do estabelecimento de uma hierarquia entre educador e educando. A solução para tais problemas está no aprofundamento de como os educandos aprendem e como o processo de ensinar pode conduzir à aprendizagem.
Acrescenta-se, ainda, a solução está em partir da teoria e colocar em prática os conhecimentos adquiridos ao longo do tempo de forma 'crítica-reflexiva-laborativa': crítica e reflexiva para pensar os conceitos atuais e passados e identificar o que há de melhor; laborativa não só para mudar como também a fim de criar novos saberes.
Há que se romper com a relação hierárquica entre teoria, prática e metodologia, quando não se pretende repensar as ciências humanas e a possibilidade de um conhecimento científico humanizado . Teoria e prática não se cristalizam, se redimensionam, criam, e são também objetos de investigação. Nesse sentido, pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. A pesquisa alimenta a atividade de ensino/aprendizagem, atualizando-a.
Há que se romper com a relação hierárquica entre teoria, prática e metodologia, quando não se pretende repensar as ciências humanas e a possibilidade de um conhecimento científico humanizado . Teoria e prática não se cristalizam, se redimensionam, criam, e são também objetos de investigação. Nesse sentido, pesquisa é a atividade básica da ciência na sua indagação e construção da realidade. A pesquisa alimenta a atividade de ensino/aprendizagem, atualizando-a.
É tão fundamental 'identificar o conhecimento existente' quanto estar aberto e apto à produção do 'conhecimento ainda não existente'. Ensinar, aprender e pesquisar lidam com esses dois momentos do ciclo gnosiológico: 'o que se ensina e se aprende o conhecimento já existente' e o 'em que se trabalha a produção do conhecimento ainda não existente'. A 'dodiscência', ou seja, a 'docência-discência', e a pesquisa, indissociáveis, são práticas requeridas por estes momentos do ciclo gnosiológico.
Pensar nesse processo ensino-aprendizagem de forma dialética associando-se à pesquisa, promove a formação de novos conhecimentos e traz a ideia de seres humanos como indivíduos inacabados e passíveis de uma curiosidade crescente, capaz de imprimir permanente continuidade ao um sistema 'ensinar-aprender'.
No processo pedagógico alunos e professores são sujeitos, devendo atuar conscientemente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de conhecimento e aprendizagem, entretanto, de seres humanos imersos numa cultura e com histórias particulares de vida. Afinal, o aluno à frente do professor tem seus componentes biológico, social, cultural, afetivo, linguístico entre outros. Os conteúdos de ensino e as atividades propostas enredam-se, como efeito, nessa trama de constituição complexa do sujeito.
No processo pedagógico alunos e professores são sujeitos, devendo atuar conscientemente. Não se trata apenas de sujeitos do processo de conhecimento e aprendizagem, entretanto, de seres humanos imersos numa cultura e com histórias particulares de vida. Afinal, o aluno à frente do professor tem seus componentes biológico, social, cultural, afetivo, linguístico entre outros. Os conteúdos de ensino e as atividades propostas enredam-se, como efeito, nessa trama de constituição complexa do sujeito.
(Caos Markus)
SÁBADO, 4 DE JANEIRO DE 2014:"COERÊNCIA E CONSTRUÇÃO"
Na vida fazemos escolhas tolas e escolhas significativas. As mais importantes são as que nos levam ao que somos neste momento: que tipo de pessoa nos tornamos? Vivemos para os outros (o que conta é aparência, não a verdade) ou vivemos para nós mesmos? Somos pessoas coerentes? Procuramos melhorar ou já desistimos? Em que áreas continuamos evoluindo e em quais já não o fazemos?
A tentação é muito grande de seguir a orientação externa, de olhar sempre para os demais para depois agir e, em doses excessivas, nos prejudica muito. A desistência, também. A coerência é complicada, porque nos exige uma constante vigilância contra nossa vontade de enfeitar, de mentir, de esconder, de mascarar. E há mil justificativas para o fingimento. Em curto prazo, lucramos muito mais. Fingir é mais fácil que realizar. A longo prazo, a coerência interna, a aceitação de cada etapa, mesmo do que não conseguimos mudar, é fundamental para o nosso crescimento como pessoas e como profissionais. Demoramos muito mais do que os movidos por marketing, mas a construção costuma ser mais sólida.
Coerência não significa perfeição, domínio de tudo. Coerência significa olhar com tranquilidade para tudo o que somos e fazemos e procurar não mascarar de nós mesmos o que enxergamos. Onde somos incapazes, o aceitamos e vamos procurando mudar na medida em que nos for possível, mas intimamente sabemos que temos áreas cinzentas de imobilidade e dificuldades.
Podemos escolher viver de aparências ou viver coerentemente. Ambas têm ganhos e perdas. Quem vive de aparências, costuma seduzir mais rapidamente os outros, achar os melhores espaços, ganhar visibilidade, porque a procura intensamente. A médio ou longo prazo, em geral, a construção apresenta furos e costuma fazer algum tipo de água nas pessoas mais perspicazes.
A construção da coerência é mais trabalhosa, silenciosa e pouco glamorosa. Alguns querem aparecer, porque o aparecer é um valor e traz muitas vantagens. Outros preferem que o seu trabalho e contribuições falem por si mesmos, e não montam esquemas de marketing para visibilizar-se. Se você tem algo importante para contribuir socialmente, muitos o perceberão, provavelmente num ritmo menor, mas com resultados mais consistentes.
Contribuiremos mais para a educação se mostrarmos coerência crescente entre o que pensamos, o que ensinamos e o que fazemos.
(Caos Markus)
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
SEXTA-FEIRA, 3 DE JANEIRO DE 2014: "MÍDIA PEDAGÓGICA"
Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na educação.
A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD - os meios de comunicação audiovisuais - desempenham, indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros.
A informação e a forma de ver o mundo predominantes no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens – e grande parte dos adultos - levam a para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais mais abstrato, complexo e na contra-mão da maioria como a escola se propõe a fazer.
A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola é muito distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa, concorda?. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Nós mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios de comunicação e da escola.
Percebeu que na procura desesperada pela audiência imediata e fiel, os meios de comunicação desenvolvem estratégias e fórmulas de sedução mais e mais aperfeiçoadas: o ritmo alucinante das transmissões ao vivo, a linguagem concreta, plástica, visível?. Mexem com o emocional, com as nossas fantasias, desejos, instintos. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário, aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas.
Em síntese, os Meios são interlocutores constantes e reconhecidos, porque competentes, da maioria da população, especialmente da infantil. Esse reconhecimento significa que os processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, para estar tão atraente e, em consequência, tão eficiente. A maior parte do referencial do mundo de crianças e jovens provém da televisão. Ela fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a escola é muito distante e abstrata - e fala de forma viva e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa.
As crianças e jovens se acostumaram a se expressar de forma polivalente, utilizando a dramatização, o jogo, a paráfrase, o concreto, a imagem em movimento. A imagem mexe com o imediato, com o palpável. A escola desvaloriza a imagem e essas linguagens como negativas para o conhecimento. Ignora a televisão, o vídeo; exige somente o desenvolvimento da escrita e do raciocínio lógico. É fundamental que a criança aprenda a equilibrar o concreto e o abstrato, a passar da espacialidade e contiguidade visual para o raciocínio sequencial da lógica falada e escrita. Não se trata de opor os meios de comunicação às técnicas convencionais de educação, mas de integrá-los, de aproximá-los para que a educação seja um processo completo, rico, estimulante. A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os alunos, ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto.
Precisamos, em conseqüência, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus alunos, compreendam melhor o fascinante processo de troca, de informação-ocultamento-sedução, os códigos polivalentes e suas mensagens. Educar para compreender melhor seu significado dentro da nossa sociedade, para ajudar na sua democratização, onde cada pessoa possa exercer integralmente a sua cidadania.
Em que níveis pode ser pensada a relação Comunicação, Meios de Comunicação e Escola? Entendemos que esta pode ser pensada em três níveis:
1. organizacional
2. de conteúdo
3. comunicacional
- no nível organizacional: uma escola mais participativa, menos centralizadora, menos autoritária, mais adaptada a cada indivíduo. Para isso, é importante comparar o nível do discurso - do que se diz ou se escreve - com a práxis - com as efetivas expressões de participação.
- no nível de conteúdo: uma escola que fale mais da vida, dos problemas que afligem os jovens. Tem que preparar para o futuro, estando sintonizada com o presente. É importante buscar nos meios de comunicação abordagens do quotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas.
- no nível comunicacional: conhecer e incorporar todas as linguagens e técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens audiovisuais, junto com as convencionais.
Tem-se enfatizado a questão do conhecimento como essencial para uma boa educação. É básico ajudar o educando a desenvolver sua(s) inteligência(s), a conhecer melhor o mundo que o rodeia. Por outro lado, fala-se da educação como desenvolvimento de habilidades: "Aprender a aprender", saber comparar, sintetizar, descrever, se expressar.
Desenvolver a inteligência, as habilidades e principalmente, as atitudes. Ajudar o educando a adotar atitudes positivas, para si mesmo e para os outros. Aqui reside o ponto crucial da educação: ajudar o educando a encontrar um eixo fundamental para a sua vida, a partir do qual possa interpretar o mundo (fenômenos de conhecimento), desenvolva habilidades específicas e tenha atitudes coerentes para a sua realização pessoal e social.
A transmissão de informação é a tarefa mais fácil e onde as tecnologias podem ajudar o professor a facilitar o seu trabalho. Um simples CD-ROM contém toda a Enciclopédia Britânica, que também pode ser acessada on line pela Internet. O aluno nem precisa ir a escola para buscar as informações. Mas para interpretá-las, relacioná-las, hierarquizá-las, contextualizá-las, só as tecnologias não serão suficientes. O professor o ajudará a questionar, a procurar novos ângulos, a relativizar dados, a tirar conclusões.
Que outras contribuições as tecnologias podem dar ao professor? As tecnologias também ajudam a desenvolver habilidades, espaço-temporais, sinestésicas, criadoras. Mas o professor é fundamental para adequar cada habilidade a um determinado momento histórico e a cada situação de aprendizagem.
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas, possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência, habilidades e atitudes.
As tecnologias permitem mostrar várias formas de captar e mostrar o mesmo objeto, representando-o sob ângulos e meios diferentes: pelos movimentos, cenários, sons, integrando o racional e o afetivo, o dedutivo e o indutivo, o espaço e o tempo, o concreto e o abstrato.
A educação é um processo de construção da consciência crítica. Como então se dá esse processo? Essa construção começa com a problematização dos dados que nos chegam direta e indiretamente - através dos meios, por exemplo - recontextualizando-os numa perspectiva de conjunto, totalizante, coerente, um novo texto, uma nova síntese criadora. Essa síntese integra os dados tanto conceituais quanto sensíveis, tanto da realidade quanto da ficção, do presente e do passado, do político, econômico e cultural. Falamos assim, de uma educação para a comunicação. Uma educação que procura ajudar as pessoas individualmente e em grupo a realizar sínteses mais englobantes e coerentes, tomando como partida as expressões de troca que se dão na sociedade e na relação com cada pessoa; ajudar a entender uma parte dessa totalidade a partir da comunicação enquanto organização de trocas tanto ao nível interpessoal como coletivo.
A educação para a comunicação precisa da articulação de vários espaços educativos, mais ou menos formais: educação ao nível familiar, trabalhando a relação pais-filhos-comunicação, seja de forma esporádica ou em momentos privilegiados, em cursos específicos também. A relação comunicação-escola, uma relação difícil e problemática, mas absolutamente necessária para o enriquecimento de ambas, numa nova perspectiva pedagógica, mais rica e dinâmica. Comunicação na comunidade, analisando os meios de comunicação a partir da situação de uma determinada comunidade e interpretando concomitantemente os processos de comunicação dentro da comunidade. Educação para a comunicação é a busca de novos conteúdos, de novas relações, de novas formas de expressar esses conteúdos e essas relações.
A escola precisa exercitar as novas linguagens que sensibilizam e motivam os alunos, e também combinar pesquisas escritas com trabalhos de dramatização, de entrevista gravada, propondo formatos atuais como um programa de rádio uma reportagem para um jornal, um vídeo, onde for possível. A motivação dos alunos aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam expressar em formato e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma pesquisa escrita, se o aluno puder utilizar o computador, adquire uma nova dimensão e, fundamentalmente, não muda a proposta inicial.
Antes da criança chegar à escola, já passou por processos de educação importantes: pelo familiar e pela mídia eletrônica. No ambiente familiar, mais ou menos rico cultural e emocionalmente, a criança vai desenvolvendo as suas conexões cerebrais, os seus roteiros mentais, emocionais e suas linguagens. Os pais, principalmente a mãe, facilitam ou complicam, com suas atitudes e formas de comunicação mais ou menos maduras, o processo de aprender a aprender dos seus filhos.
A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer - os outros, o mundo, a si mesmo - a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo, "tocando" as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa - ninguém obriga - é feita através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa - aprendemos vendo as estórias dos outros e as estórias que os outros nos contam.
Mesmo durante o período escolar a mídia mostra o mundo de outra forma - mais fácil, agradável, compacta - sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos sentimentos, das novidades. A mídia continua educando como contraponto à educação convencional, educa enquanto estamos entretidos.
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. O poder público pode propiciar o acesso de todos os alunos às tecnologias de comunicação como uma forma paliativa, mas necessária de oferecer melhores oportunidades aos pobres, e também para contrabalançar o poder dos grupos empresariais e neutralizar tentativas ou projetos autoritários.
Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia, urgem ações de apoio aos pais para que incentivem a aprendizagem dos filhos desde o começo das vidas deles, através do estímulo, das interações, do afeto. Quando a criança chega à escola, os processos fundamentais de aprendizagem já estão desenvolvidos de forma significativa. Urge também a educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e utilizá-las da forma mais abrangente possível.
A educação para os meios começa com a sua incorporação na fase de alfabetização. Alfabetizar-se não consiste só em conscientizar os códigos da língua falada e escrita, mas dos códigos de todas as linguagens do homem atual e da sua interação. A criança, ao chegar à escola, já sabe ler histórias complexas, como uma telenovela, com mais de trinta personagens e cenários diferentes. Essas habilidades são praticamente ignoradas pela escola, que, no máximo, utiliza a imagem e a música como suporte para facilitar a compreensão da linguagem falada e escrita, mas não pelo seu intrínseco valor. As crianças precisam desenvolver mais conscientemente o conhecimento e prática da imagem fixa, em movimento, da imagem sonora ... e fazer isso parte do aprendizado central e não marginal. Aprender a ver mais abertamente, o que já estão acostumadas a ver, mas que não costumam perceber com mais profundidade (como os programas de televisão).
Antes de pensar em produzir programas específicos para as crianças, convém retomar, estabelecer pontos com os produtos culturais que lhes são familiares. Fazer re-leituras dos programas infantis, re-criação desses mesmos programas, elaboração de novos conteúdos a partir dos produtos conhecidos. Partir do que o rádio, jornal, revistas e televisão mostram para construir novos conhecimentos e desenvolver habilidades. Não perder a dimensão lúdica da televisão, dos computadores. A escola parece um desmancha-prazeres. Tudo o que as crianças adoram a escola detesta, questiona ou modifica. Primeiro deve-se valorizar o que é valorizado pelas crianças, depois procurar entendê-lo (os professores e os pais) do ponto de vista delas, crianças, para só mais tarde, propor interações novas com os produtos conhecidos. Depois podem-se exibir programas adaptados à sua sensibilidade e idade, programas que sigam o mesmo ritmo da televisão, mas que introduzam alguns conceitos específicos que, aos poucos, irão sendo incorporados.
(Caos Markus)
QUINTA-FEIRA, 2 DE JANEIRO 2014 " MOTIVO E MOTIVAÇÃO "
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