A leitura na sala de aula é diferente da feita em um livro, um jornal, um programa de televisão, uma revista, de forma descompromissada. Ela deve avançar níveis mais profundos, permitindo ao aluno seu próprio questionamento, sua interpretação e efetiva inter-relação com o texto. Normalmente, a leitura é centrada nas escolhas do professor. Ele induz o aluno à leitura; não orienta, comanda. Ao corrigir um texto produzido por seus alunos, não deve colocar-se como juiz entre a produção e o educando. O seu papel deve ser o de mediador em relação às ideias foram expostas, indo além da correção de gramática, nas avaliações.
Os livros didáticos contêm, por exemplo, fragmentos de textos publicitários ou de obras de autores e, em decorrência, neles há exercícios gramaticais e interpretativos correlacionados. Cabe indagar como se pode interpretar um fragmento de texto. Se não há o contexto para, no mínimo, se conhecer o sentido da mensagem do texto. Nos exercícios gramaticais é pedido apenas que se retire do texto palavras isoladas para daí, então, classificá-las. Os textos, portanto, não se comunicam com o seu receptor; são isolados, deixando lacunas no conhecimento.
O livro didático, por enquanto, não corresponde ao universo criativo procurado por alguns professores; é desprovido de estímulos, desafios na construção de um processo pessoal e cognitivo. É urgente repensar a sua função na prática educacional, no ensino eficaz da leitura, em função do esgotamento de alternativas tradicionais do ensinar e do aprender, reconhecendo-se o seu grande poder, seja na linguagem literária, formativa ou informativa. Essas escritas são frutos variados do saber humano, com diferentes caminhos. Ao lermos o mundo, devemos ler as suas várias linguagens, ou seja, as suas diversas faces.
A formação de leitores e, por efeito, a formação de “escritores” (pessoas capazes de escrever com eficácia, e não, evidentemente, escritores no sentido de profissionais da escrita), é decorrência da prática de leitura, pela aquisição da possibilidade de produzir textos eficientes; fornecedores, por um lado, da matéria-prima à escrita (‘o que escrever’); e por outro, constituintes de modelos (‘como escrever’).
A leitura deve ser um ‘objeto de aprendizagem’, e não apenas um objeto de ensino. Ler não é apenas decodificar, converter letras em som, em nível de compreensão como resultado.
A escola, com essa concepção de leitura, vem formando, produzindo grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar todo e qualquer texto, entretanto, com enorme dificuldade para entender o que leêm. Ler é interpretar. Interpretar é criar significado, não só a partir do que está escrito, e sim pelo discernimento trazido ao texto, consideradas a visão pessoal do mundo, à luz da individualizada experiência de vida.
Por essa razão, não se pode admitir interpretação única de um texto, atrelada ao significado nele contido. Deve-se compreender o que há por trás das diferentes interpretações, os sentidos atribuídos a um mesmo texto.
Cabe ao educador mostrar ao educando a leitura interessante e desafiadora, a ser conquistada plenamente, conferindo ao discente autonomia e independência. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler, não é uma prática pedagógica eficiente.
É necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos por elas requeridos do leitor. São coisas muito diferentes, como ler para se divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler, em busca de significado (a leitura, de um modo geral) e ler em busca de inadequações e erros (a leitura para revisar). Este é um procedimento especializado, cujo ensino é indispensável em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos.
Outro exemplo da importância na prática de leitura escolar intensificada é a familiarização do leitor com os textos, condição para a fluência como básica premissa à produção textual. Essa é uma das grandes precariedades na formação de um leitor eficiente: o incentivo ao gosto pela leitura. O contato com a escrita, a proposta de desvendar a sua intenção, levam à compreensão do funcionamento comunicativo.
Ler torna acessíveis produções orais, escritas e em outras linguagens; facilita a vivência emocional, o exercício da fantasia e da imaginação; ensina a estudar, auxiliando o leitor na percepção do vínculo entre a fala e a escrita; expande as funções de análise; impele a disposição para outras leituras. Em suma, ler orienta tanto a ler quanto a escrever, porque revolve o ‘eu’ de forma tensa e intensa, questiona saberes ainda não exteriorizados, coloca interrogações, interjeições e reticências inquietantes, chamando o indivíduo a refletir e interpretar, valorizando-o subjetivamente.
Os livros didáticos contêm, por exemplo, fragmentos de textos publicitários ou de obras de autores e, em decorrência, neles há exercícios gramaticais e interpretativos correlacionados. Cabe indagar como se pode interpretar um fragmento de texto. Se não há o contexto para, no mínimo, se conhecer o sentido da mensagem do texto. Nos exercícios gramaticais é pedido apenas que se retire do texto palavras isoladas para daí, então, classificá-las. Os textos, portanto, não se comunicam com o seu receptor; são isolados, deixando lacunas no conhecimento.
O livro didático, por enquanto, não corresponde ao universo criativo procurado por alguns professores; é desprovido de estímulos, desafios na construção de um processo pessoal e cognitivo. É urgente repensar a sua função na prática educacional, no ensino eficaz da leitura, em função do esgotamento de alternativas tradicionais do ensinar e do aprender, reconhecendo-se o seu grande poder, seja na linguagem literária, formativa ou informativa. Essas escritas são frutos variados do saber humano, com diferentes caminhos. Ao lermos o mundo, devemos ler as suas várias linguagens, ou seja, as suas diversas faces.
A formação de leitores e, por efeito, a formação de “escritores” (pessoas capazes de escrever com eficácia, e não, evidentemente, escritores no sentido de profissionais da escrita), é decorrência da prática de leitura, pela aquisição da possibilidade de produzir textos eficientes; fornecedores, por um lado, da matéria-prima à escrita (‘o que escrever’); e por outro, constituintes de modelos (‘como escrever’).
A leitura deve ser um ‘objeto de aprendizagem’, e não apenas um objeto de ensino. Ler não é apenas decodificar, converter letras em som, em nível de compreensão como resultado.
A escola, com essa concepção de leitura, vem formando, produzindo grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar todo e qualquer texto, entretanto, com enorme dificuldade para entender o que leêm. Ler é interpretar. Interpretar é criar significado, não só a partir do que está escrito, e sim pelo discernimento trazido ao texto, consideradas a visão pessoal do mundo, à luz da individualizada experiência de vida.
Por essa razão, não se pode admitir interpretação única de um texto, atrelada ao significado nele contido. Deve-se compreender o que há por trás das diferentes interpretações, os sentidos atribuídos a um mesmo texto.
Cabe ao educador mostrar ao educando a leitura interessante e desafiadora, a ser conquistada plenamente, conferindo ao discente autonomia e independência. Uma prática de leitura que não desperte e cultive o desejo de ler, não é uma prática pedagógica eficiente.
É necessário refletir com os alunos sobre as diferentes modalidades de leitura e os procedimentos por elas requeridos do leitor. São coisas muito diferentes, como ler para se divertir, ler para escrever, ler para estudar, ler para descobrir o que deve ser feito, ler buscando identificar a intenção do escritor, ler para revisar. É completamente diferente ler, em busca de significado (a leitura, de um modo geral) e ler em busca de inadequações e erros (a leitura para revisar). Este é um procedimento especializado, cujo ensino é indispensável em todas as séries, variando apenas o grau de aprofundamento em função da capacidade dos alunos.
Outro exemplo da importância na prática de leitura escolar intensificada é a familiarização do leitor com os textos, condição para a fluência como básica premissa à produção textual. Essa é uma das grandes precariedades na formação de um leitor eficiente: o incentivo ao gosto pela leitura. O contato com a escrita, a proposta de desvendar a sua intenção, levam à compreensão do funcionamento comunicativo.
Ler torna acessíveis produções orais, escritas e em outras linguagens; facilita a vivência emocional, o exercício da fantasia e da imaginação; ensina a estudar, auxiliando o leitor na percepção do vínculo entre a fala e a escrita; expande as funções de análise; impele a disposição para outras leituras. Em suma, ler orienta tanto a ler quanto a escrever, porque revolve o ‘eu’ de forma tensa e intensa, questiona saberes ainda não exteriorizados, coloca interrogações, interjeições e reticências inquietantes, chamando o indivíduo a refletir e interpretar, valorizando-o subjetivamente.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário