Durante o governo instaurado pela Ditadura Militar de 64, foi mínima qualquer preocupação dirigida a alterar barreiras sociais menos rígidas, típicas de uma ideologia democrática. A intenção era, nomeadamente, mostrar a possibilidade de rendimentos oferecida pela educação, ou seja, evidenciar os seus aspectos econômicos, próprios de uma doutrina desenvolvimentista.
Nos meados da década de 60 e nos anos 70, foram enfatizados os estudos econômicos do ensino, utilizando-se conceitos como o de ‘capital humano’ para explicar o investimento no setor; o de produtividade, taxa de retorno, custos educacionais e a concepção do processo de aprendizagem enquanto mercadoria. Essa visão repercutiu, socialmente, em análise de crescimento econômico e, nos indivíduos, foi relacionada à melhoria de renda, através de uma maior qualificação para o mercado de trabalho.
Há nesse ciclo, mundialmente, a consolidação da ordem capitalista monopolista em contraposição à estrutura socialista, fase também marcada pelo surpreendente crescimento econômico da Alemanha e do Japão no pós-guerra, fenômeno impossível de ser esclarecido pela economia clássica, a partir dos três fatores de produção, quais sejam, ‘terra, capital e trabalho’. Um novo conceito, pois, foi utilizado, este, o de "capital humano". Também a democracia liberal passou a ser substituída por Estados intervencionistas na esfera econômica.
No Brasil, essa época é caracterizada pelo destaque da ingerência estatal na economia, sob o argumento da superação do subdesenvolvimento. Ocorreram uma industrialização progressiva e uma estrutura produtiva internacionalizada, aspectos já observados ao final da década de 50. A expansão foi considerada advento de inovações e, neste sentido, a inserção do país no mercado global um objetivo essencial.
A partir de 1968 tem início uma nova fase desenvolvimentista, direcionada ao então chamado "milagre econômico brasileiro". Neste quadro, delineia-se uma política educacional preocupada, mormente, com a rentabilidade dos investimentos educacionais.
Frutos dessa política são a Reforma Universitária de 1968 e a Lei de Profissionalização do Ensino Médio de 1971, fundadas na constatação da deficiência de mão-de-obra qualificada necessária ao progresso econômico do país, ante o despreparo, no ensino, face as exigências estruturais do mercado de trabalho.
A criação da pós-graduação no Brasil e o início das atividades de pesquisa universitária são o resultado de uma política estatal voltada à propagada adequação do ensino superior no contexto desse projeto. Essa era, de fato, a "função social" da Universidade: qualificar recursos humanos e produzir conhecimento científico e tecnológico, tão-somente, de maneira a permitir a imaginada prosperidade industrial brasileira.
Assim, ocorreu uma transferência na forma de legitimação viável pela Educação. Se anteriormente a mobilidade social resultante do acesso ao saber denotava uma sociedade mais aberta e democrática, nas décadas de 60 e 70 a validação é centrada em princípios absolutamente financeiros. O "crescimento econômico" sobrepõe-se à fluidez da sociedade.
O preço dessa alternância, hoje reconhecidamente inegável, remanesce à atualidade, com onerosos encargos às políticas públicas de múltiplos setores, todos carentes de efetiva mobilização social.
(Caos Markus)
Nos meados da década de 60 e nos anos 70, foram enfatizados os estudos econômicos do ensino, utilizando-se conceitos como o de ‘capital humano’ para explicar o investimento no setor; o de produtividade, taxa de retorno, custos educacionais e a concepção do processo de aprendizagem enquanto mercadoria. Essa visão repercutiu, socialmente, em análise de crescimento econômico e, nos indivíduos, foi relacionada à melhoria de renda, através de uma maior qualificação para o mercado de trabalho.
Há nesse ciclo, mundialmente, a consolidação da ordem capitalista monopolista em contraposição à estrutura socialista, fase também marcada pelo surpreendente crescimento econômico da Alemanha e do Japão no pós-guerra, fenômeno impossível de ser esclarecido pela economia clássica, a partir dos três fatores de produção, quais sejam, ‘terra, capital e trabalho’. Um novo conceito, pois, foi utilizado, este, o de "capital humano". Também a democracia liberal passou a ser substituída por Estados intervencionistas na esfera econômica.
No Brasil, essa época é caracterizada pelo destaque da ingerência estatal na economia, sob o argumento da superação do subdesenvolvimento. Ocorreram uma industrialização progressiva e uma estrutura produtiva internacionalizada, aspectos já observados ao final da década de 50. A expansão foi considerada advento de inovações e, neste sentido, a inserção do país no mercado global um objetivo essencial.
A partir de 1968 tem início uma nova fase desenvolvimentista, direcionada ao então chamado "milagre econômico brasileiro". Neste quadro, delineia-se uma política educacional preocupada, mormente, com a rentabilidade dos investimentos educacionais.
Frutos dessa política são a Reforma Universitária de 1968 e a Lei de Profissionalização do Ensino Médio de 1971, fundadas na constatação da deficiência de mão-de-obra qualificada necessária ao progresso econômico do país, ante o despreparo, no ensino, face as exigências estruturais do mercado de trabalho.
A criação da pós-graduação no Brasil e o início das atividades de pesquisa universitária são o resultado de uma política estatal voltada à propagada adequação do ensino superior no contexto desse projeto. Essa era, de fato, a "função social" da Universidade: qualificar recursos humanos e produzir conhecimento científico e tecnológico, tão-somente, de maneira a permitir a imaginada prosperidade industrial brasileira.
Assim, ocorreu uma transferência na forma de legitimação viável pela Educação. Se anteriormente a mobilidade social resultante do acesso ao saber denotava uma sociedade mais aberta e democrática, nas décadas de 60 e 70 a validação é centrada em princípios absolutamente financeiros. O "crescimento econômico" sobrepõe-se à fluidez da sociedade.
O preço dessa alternância, hoje reconhecidamente inegável, remanesce à atualidade, com onerosos encargos às políticas públicas de múltiplos setores, todos carentes de efetiva mobilização social.
(Caos Markus)
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