A fragmentação do nascimento e a consequente necessidade de adaptar-se às exigências de uma realidade que confronta o ser humano com a evidência de sua limitação (e, posteriormente, com a sua finitude) o levam a desejar o retorno ao estado de 'onipotência original', numa representação mental do paraíso, sem angústias e conflitos, sem ambições a demandar plena satisfação e, por efeito, com o imaginário condão de admitir a vida como se dela ausentes estivessem as vicissitudes que se lhe são intrínsecas.
O impulso, então, se opõe à vida e às suas manifestações, mormente, ao desejo de crescer e aceitar os desafios do percurso existencial. Essa pré-cognição busca ocultar o incômodo instinto da morte. Portanto, seu objeto será o regresso àquele primário estado de 'onipotência original', cujo paradigma traduz-se pelo narcisismo primitivo, presente na fase anterior mesmo aos primeiros meses de vida do ser humano.
(Caos Markus)
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