Eu não estava bem e o mundo seguia, mal. Não havia responsabilidade solidária entre nós, porque jamais se ouvira falar de co-autoria entre o meu ser e a vida ao redor. Apartados, a bem da verdade, era sugestivo um vínculo, sem, contudo, qualquer bilateralidade, hierarquia ou subordinação. Esboço de um paradoxo, pois ao longo de anos subsistira a ideia de caminharmos juntos: eu, um caminho; a vida, de si mesma caminhante.
Se do pensamento toda a imaginação partia de mim, por que atribuir passos àquela abstração insistente em se exteriorizar sujeito, buscando semelhança com o claro intuito de me fazer crer em rendição das minhas iniciativas a reflexos circundantes?
Negava o quanto hoje nego qualquer mero indício de existência superior a realidades estranhas aos dias enumeráveis na contabilidade do tempo de minha agenda pessoal.
Conversar com ela, sim, isto é possível. Ouvi-la, por que não? Não há predeterminação de diálogo. Assim, admitir hipóteses será simular palavras entre a personagem e o intérprete.
Prosseguir a maldade ficcionada, sabendo-a incapaz, este o enredo na narrativa ausente de descrição memorial. Vir a ser bastará ao projeto, sem alguma necessidade de construir o presente, deixando-o à mercê de sua própria crença, desabonado, se for caso; ou abandonado, se houver descaso.
Então, pouco restando a ser feito, convém soltar palavras aprisionadas, deixando-as rumar sem destino certo, dispersas, imprecisas, aleatórias. Que não se pretenda nexo quando ignorado o plexo.
Com vigor ainda maior a afluência concentrará a dispersão dos juízos de valores, assegurando a contrapartida da compatibilidade entre o vago, o raso e o inócuo. E dessa miserável assepsia, qualquer ponto falso encobrirá abcessos, cicatrizando almas e sublimando dores. Nem eu nem você pediremos mais que tudo isto.
(Caos Markus)
Se do pensamento toda a imaginação partia de mim, por que atribuir passos àquela abstração insistente em se exteriorizar sujeito, buscando semelhança com o claro intuito de me fazer crer em rendição das minhas iniciativas a reflexos circundantes?
Negava o quanto hoje nego qualquer mero indício de existência superior a realidades estranhas aos dias enumeráveis na contabilidade do tempo de minha agenda pessoal.
Conversar com ela, sim, isto é possível. Ouvi-la, por que não? Não há predeterminação de diálogo. Assim, admitir hipóteses será simular palavras entre a personagem e o intérprete.
Prosseguir a maldade ficcionada, sabendo-a incapaz, este o enredo na narrativa ausente de descrição memorial. Vir a ser bastará ao projeto, sem alguma necessidade de construir o presente, deixando-o à mercê de sua própria crença, desabonado, se for caso; ou abandonado, se houver descaso.
Então, pouco restando a ser feito, convém soltar palavras aprisionadas, deixando-as rumar sem destino certo, dispersas, imprecisas, aleatórias. Que não se pretenda nexo quando ignorado o plexo.
Com vigor ainda maior a afluência concentrará a dispersão dos juízos de valores, assegurando a contrapartida da compatibilidade entre o vago, o raso e o inócuo. E dessa miserável assepsia, qualquer ponto falso encobrirá abcessos, cicatrizando almas e sublimando dores. Nem eu nem você pediremos mais que tudo isto.
(Caos Markus)
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