Como qualquer outra -com começo, meio e fim-, a morte também é uma história. Ainda que tudo possa consumar-se num átimo, se abruptamente ceifada a vida, mesmo assim, haverá um início, o intermédio e o desfecho.
O diferencial na narrativa da morte é a sua realidade. Desprovida de argumentos, ela, por concordância verbal, é auto-conjugada no infinitivo. Um termo vocativo não pertence, portanto, nem ao sujeito nem ao predicado. Por seu caráter, se relaciona a segunda pessoa, interpelando-a para um hipotético discurso. Prédica verbal intransitiva, trazendo consigo a ideia completa da ação, tecnicamente a morte é apenas um breve conteúdo gramatical.
(Caos Markus)
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