Doutrinas alternam-se no tempo e no espaço. O que já foi símbolo da garantia das liberdades individuais, hoje é execrado como marca do retrocesso; o positivismo revolucionário de ontem, um ideal de boa medida para os teóricos da República no Brasil, sucumbiu, limitado a pequeno grupo de estudiosos, perdendo a força dinâmica da proposta inicial, quando, então, propugnava pelo aniquilamento da Teologia e destruição da Metafísica, enfatizando a filosofia aplicada aos fenômenos naturais.
Também o festejado "socialismo real", do início do século XX, foi definitivamente, ao que parece, soterrado sob as pás do Muro de Berlin, ou ficou à deriva em improvisadas naus, à procura de uma nova rota, dessa feita para o destino cruel, porém, menos incerto do capitalismo.
O Liberalismo de outrora é modernamente alcunhado "neoliberalismo", e assim interpretado como a mesma severa ameaça ao cidadão e aos seus direitos fundamentais. Porém, "liberal" já foi expressão daquele que, tendo idéias avançadas em Sociologia, era favorável à liberdade política e civil. Visto agora apenas sob a ótica da Economia, passou a traduzir-se em confirmada versão da exploração dos pobres pelos ricos.
Preferível, hoje, pela inerente sensatez, considerar como real construção o progresso de toda a humanidade (enxergando-a além das fronteiras do poder político ou religioso), só possível restituindo-se a cada um de nós o que apenas cada indivíduo deve procurar em si mesmo, sem esperar iniciativa baseada em qualquer dogma de quaisquer lideranças: a sua liberdade.
(Caos Markus)
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