O narcisismo está definitivamente acima do altruísmo. E, por isso, é a egolatria a determinante na vida das pessoas, muito embora confessá-la é tirar um certo brilho da pretendida 'genialidade', perseguida como o maior dos objetivos. Não por outra razão tanta gente quer libertar o mundo de uma tão vaga quanto questionável tirania; ser herói ainda vivo é ter o reconhecimento exterior, uma vez que o interior é por demais inaceitável, por tratar-se de um 'juiz' muito mais impiedoso - a própria (in)consciência.Ocupar-se da liberdade alheia, buscando o que nem sempre esteja de fato faltando a outrem, tem sido uma inadmissível covardia do vampirismo político dos nossos tempos. Na falta da sua própria liberdade, o líder tem alardeado uma 'tirania' merecendo a próxima eliminação, mesmo sendo totalmente desconhecida ou pressentida pelas 'vítimas'. Trata ele de buscar na liderança a 'escravização' de que precisa para ofuscar a sua própria escravidão, presa de si mesmo.
Afinal, muito do que se supõe 'ideologia' nada mais é do que a total ausência de idéias, a conferir aura de humanista àquele que não possui 'lastro próprio'. Entre nós parece não haver gente de carne e osso e sim homens que só acumulam virtudes.O mundo está repleto de pessoas bem intencionadas. E o Brasil mais ainda. É muita gente se achando no dever de nos salvar do perigo iminente que se avizinha e avança sobre nós de forma impiedosa.
Conclui-se, ou de fato ninguém tem os seus próprios problemas, com tanto tempo disponível para ser abnegado e pretender redimir a raça humana na face da terra, ou o mundo já está sensivelmente melhor, dada a enorme quantidade de messiânicos autorizados por si mesmos à mais completa identificação com a humanidade.
Então, entoemos o cântico dos cânticos a tais redentoristas: "-Amém, também!"
(Caos Markus)
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