Assim, nós os brasileiros não podemos ver caixote sem logo pensar em fazer nossos discursinhos: o falatório é geral diante da turba, todos procurando impressionar uns aos outros, porque, afinal de contas ,o importante não é participar, mas sim competir. E como competir significa rivalizar, a emulação é o ponto alto; todos gentis e tentadores ao mesmo tempo.
Nesses festins, o mais comum é a artificialização da amizade para ocultar o verdadeiro propósito da solenidade -o de juntar a fome com a vontade de comer.
Terminado o regozijo, resta a imundície, e ninguém disposto à necessária assepsia. Nem poderia ser diferente quando comemoração se confunde com aglomeração.
Na falta de água e sabão, "roupa suja" não se lava em casa.
Então, o melhor a ser feito num caso desses é tornar público o mau cheiro da podridão: um eficaz andídoto contra a suave fragrância exalada pelo mimetismo do poder cobiçado a qualquer custo.
(Caos Markus)
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