Nas verdadeiras democracias, o direito consagra-se no exercício da cidadania através de participação em prol do desenvolvimento e melhoria do meio vivente.
A prática de exposição de uma opinião é o dever que garante esse direito. Assim, não é o voto que faz com que o brasileiro exista.
Várias urnas, voto e logo sou cidadão, certo? Errado!
Nesse contexto, é possível constatar que, apesar dos brasileiros serem obrigados a votar, nem todos garantem a sua própria existência enquanto cidadão.
Mesmo havendo um pequeno quinhão de intelectualidade politizada no Brasil, suas vozes atingem a poucos, e, na verdade, a maioria encontra-se calada: são aqueles que exercem o que chamam de 'cidadania', mas não têm o que dizer sobre quem é eleito ou candidato nas eleições.
Ainda assim, somos obrigados a votar, pois, mesmo não garantindo uma nação politicamente evoluída, a obrigatoriedade exprime a vontade da maioria: é o jeito torto de manifestar uma idéia torta de democracia.
Nesse ínterim, o voto não garante a voz do cidadão.
O fato de ‘existir’ implica também em ‘agir’.
Se todos buscassem cumprir seus deveres, a obrigação de votar seria apenas um detalhe disperso no grande processo político e social.
Com isso, seria possível selar o fim do paradoxo em que vive o Brasil em oposição a certas partes do mundo, quando, enquanto alguns lutam pela liberdade democrática, outros são obrigados a viver a referida democracia.
Voto nulo é, portanto um ‘agir’ de quem ‘existe’; é parte do processo que consolida a democracia na realidade de um povo.
(Caos Markus)
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