O quê herdamos da História utilizamos, da mesma maneira como qualquer outro patrimônio, enquanto fundamento e estrutura aos nossos dias, ou, caso contrário, pouco dela aproveitamos. Neste último caso, restará toda a pretérita experiência humana a acervo memorial, reduzido a objeto de estudo comparado, quando muito. Porém, não integrado em processo onde a sequência possa denotar progresso, estagnação ou até mesmo retrocesso na evolução da espécie, do 'humano civilizado'.
Semelhante ao perdulário, ao ser desprezado esse conhecimento, dilapida-se um imenso legado, ignorando-o como o maior dos investimentos da humanidade.
Quando essa falência ocorre, os subterfúgios forjam inevitáveis silogismos agonizantes, já no berço, porque elaborados de premissas desprovidas de qualquer correlação entre si.
Daí, mais pretextos do que críveis explicações, admitem-se por cíclicos acontecimentos fatos onde presente está apenas a mera analogia.
Com efeito, a história não é cíclica. E pretender caracterizá-la nesse simplismo é não admitir a mais importante das mudanças verificadas no processo: a da conduta de personagens que, fluídos nas suas circunstâncias, negam ser intérpretes contemporâneos do 'status' antes guerreado.
Buscando atalho ao poder institucional, são muitos os "revolucionários" a cometerem o delito do atavismo contra a história política. Perde o sectário, enfim, o medo de "ser feliz" para ganhar a fobia de ser refém.
É metamorfose que para impor-se substitui a liberdade pela "libertação".
(Caos Markus)
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