Cada um é metade.
Não uma metade 'assim' e outra que não se sabe.
A gente pode até ser meio isso e meio aquilo.
Ainda assim, tudo em uma só metade.
Porque se fossemos de fato constantes em coerência, distantes de contradições, se acordássemos como nos deitamos para dormir
- mantendo a bondade primacial ou conservando a crueldade original
(uma coisa ou outra, não coisa e outra) - ,
só então seríamos um inteiro, íntegros, e não duas metades ora alternadas,
às vezes circunstancialmente mescladas.
E por reduzidos que somos, é essa a nossa inteira parte: a metade de cada um.
Nessa metade, o meio multiplica-se em quantos necessários:
seja para firmar crença de que colaboramos sinceramente
com o crescimento de um nosso semelhante,
seja para reduzir ainda mais aquele que a nós já é pequeno o suficiente, deixando-nos de incomodar.
Verdade, sim, temos por companhia a ausência da outra metade, a que imaginamos possuir,
aquela na qual pretendemos ser o lado bom, quando esta outra é banda ruim.
Porque cada um é protagonista de seu peculiar enredo.
E a todos, a mera sugestão da história única, versão ímpar.
Nem eu nem você, nenhum de nós quer ao menos se convencer do muito que somos todos,
quando a simples existência dos demais deixa de ser mera figuração.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário