Aqueles que dominam a natureza são os mesmos indivíduos aptos à autodominação. O projeto de toda 'racionalidade de controle da natureza' é inerente ao 'patriarcado'. Submete-a ao homem, inviabilizando qualquer idealizada emancipação.
No sentido mais abrangente de um pensar dirigido ao progresso, a 'razão' persegue a meta de livrar os seres humanos do medo, tornando-os 'senhores' do mundo onde vivem. Contudo, a terra resplandece sob o signo do infortúnio vitorioso. A pretensão de dissolver os mitos e eliminar a imaginação através do 'saber', tanto quanto a comunhão do entendimento dos homens com a natureza das coisas, são, ambas, essencialmente 'patriarcais'.
Do 'entendimento', triunfante sobre a superstição, exige-se voz de comando sobre a natureza livre de crendices. E é a 'técnica' o cerne desse 'saber'. Via de consequência, por objetivo não busca os conceitos ou as imagens, nem o prazer da contemplação, mas sim o método, a exploração do trabalho alheio, ansiando acumular e concentrar o capital.
O que de fato alguns homens querem aprender da natureza é como aplicá-la a fim de, dominando-a, subjugar os demais, os que não possuem igual conhecimento.
(Caos Markus)
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