A estirpe humana -conforme o quê professam não apenas os cristãos, mas ainda sequazes de outros credos e de variadas doutrinas- teve única gênese. E por nascerem os homens todos da mesma divina fonte, serão irmãos, muito além da fraternidade restrita aos laços consanguíneos, ou por pertencerem a um determinado segmento social. Serão irmãos num conceito afastado dos limites da internacionalização por nós criada no decorrer dos séculos. E dessa mais ampla irmandade dependeriam o princípio, a construção e a consolidação de matura idade da civilização humana; a ponto de então essa disposição proporcionar a cada um e a todos simultaneamente o bem-estar individual e coletivo -a partir da concelebração da identidade comum, em radical supressão do egocentrismo, a fim de, por acréscimo, preparar o "homo-sapiens" ao advento de uma nova era, em novo horizonte para a humanidade. Assim, experimentaríamos os benefícios celestiais em 'terra prometida e cumprida', sob os auspícios da elevação espiritual e com os subsídios da sublimação da paixões puramente terrenas, essencialmente temporais
Contraditoriamente, entretanto, os prosélitos dessa 'comunidade de irmãos' apregoam que "cada homem é um ser novo no mundo, chamado a realizar a sua peculiaridade". E como solução ao suscitado impasse -ante a individualidade a ser preservada e a pluralidade a ser conquistada (no objetivo de instituir-se assim o "mundo novo)-, indicam a si mesmos o trato das relações interpessoais que, através de extenso rol de componentes e caminhos, visam preparação à chegada do amor recíproco.
A comunicação e o diálogo são meios dessa pretendida 'finalidade'; representam instrumentos de consecução, como gesto de "assumir" o desgarrado, de "levantar" o caído, "acolhendo-o" para torná-lo "melhor". E é exatamente por isso que o paradoxo se instala.
A fragilidade intrínseca à noção do que é bom e do que é ruim (sempre que o conceito destes valores é avaliado fora dos limites essenciais a cada ser); a relatividade acima da generalização, no desejo daqueles que se acreditam dotados de superiores condições para "resgatar" o outro (isso porque crêem que o outro é o seu "irmão caído"); tudo somado; daí à discriminação, e desta à segregação dos opositores; então, muito mais rapidamente a planejada "irmandade" cede lugar e tempo ao nascimento de inimitável "confraria", criando inesperada espécie de parentesco, onde a 'comunidade integral é substituída por clã de novos.
A anterior premissa (já agora interpretada restritivamente na vaidade dos 'iniciados') sucumbe às estratégias de libertação, assemelhando-se nesse outro estágio com o remoto conhecimento a respeito de 'redenção', e confundindo-se com o "auxílio que se dava para libertar escravos".
Diante das limitações impostas constitucionalmente, o novo agrupamento precisará abrigar-se em instituições já consolidadas e legalmente reconhecidas.
A dualidade presente, não percebida a tempo, conquista, enfim, associações de toda sorte, não poupando sequer partidos políticos, notadamente quando um destes destaque-se por seu caráter de proximidade populista, no apelo de uma militância de doutrina libertária.
Então, o imaginário, mais que o real, será a ordem vigente, banidos os que a ela não se curvarem.
(Caos Markus)
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