O que hoje se entende como 'razão' nada mais é além da 'razão de dominação', traduzida no absoluto controle da natureza não só exterior, mas também, ou principalmente, a interior. É marcada ainda pela 'renúncia' e 'devoção'.
Um paradoxo cuja solução, contudo, está em confirmar-se que o objeto da renúncia continua a ser desejado. E, afinal, isso determinará o regresso do reprimido na civilização.
A racionalidade que afastou o sujeito do objeto, separou corpo e alma, segregou o 'Eu' e o mundo; a mesma racionalidade que distanciou a natureza da cultura, também transformou paixões, emoções, sentidos, imaginação e memória em adversários do pensamento.
Cabe então ao sujeito, já sem os seus aspectos empíricos e individuais, ser o mestre e conhecedor da natureza. A fim de compreendê-la, e não mais para -a partir do seu controle- querer dominar o seu semelhante.
(Caos Markus)
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