É impossível aceitar qualquer fórmula simples como trilha correta no alcance da paz (além do muito que se deve construir nessa paz).
A fim de que o percurso seja direto e claro, não se pode olvidar acurado olhar sobre os muitos interesses : nacionais, econômicos, raciais; todos existentes em diversificados níveis de capacidade e de desenvolvimento. Haverá muitos legados de ódio, deixados pelas guerras, dificultando a colaboração.
Tudo o que podemos fazer na contribuição às possibilidades que se abram à nossa frente, é seguir no escuro os raros raios de luz que parecem chamar-nos a seguir adiante; e lembrar-nos, acima de tudo, que é inútil tentar qualquer controle consciente do nosso destino, a não ser que levemos experimentação e ousadia às finalidade que buscamos. Então, só poderá garantir o nosso fracasso a falta de coragem.
Por maior que possa ser a nossa ignorância, certas condições em nossa situação são por demais cristalinas.
As guerras que grassam mundo afora nos levam, seja qual for a nossa vontade, para a convicção da indispensabilidade de uma sociedade fundada sobre valores planejados. Enquanto esta se desenvolve ou achamos meios de redefinir um sistema comum de valores aceitos, e um processo comum para torná-los constantes, ou podemos estar certos de que as divergências entre os interesses de estado neste mundo globalizado, interdependente, nos levará sempre e sempre ao advento de outra e outra guerra.
Não há uma insignificante parcela de razão para a suposição de que essa sociedade planejada signifique um aumento de bem-estar para o povo, se inexistir um plano deliberadamente preparado para esse objetivo.
Uma sociedade planejada pode facilmente ser construída pelo sacrifício da liberdade individual ao poder governamental coletivo, exercido pelos dirigentes da sociedade.
No intuito de combater o totalitarismo , somos forçados a planejar. E por isso mesmo, corremos o sério risco de, derrotando-o, reproduzir seus hábitos em nosso cotidiano.Porque sabemos que o preço da derrota é não preservarmos a civilização que combatemos.
O que se procura planejar é algo que, simples demais, encerra grande conteúdo: liberdade e democracia.
Ora, uma sociedade democrática já em sua própria essência tanto é um caso de inter-relações espirituais de todos os envolvidos, como devam ser as formas pelas quais será governada.
Tal sociedade é possível, em última análise, quando o respeito pelas leis nasce da sua concepção por consentimento, jamais através da coerção. Respeito que se torna hábito quando nasce da compreensão dos cidadãos de que, como essa sociedade fornece ao povo a capacidade de satisfazer as expectativas que julga legítimas, também se pede a esses mesmos cidadão o seu respeito.
Planejar valores que sejam executados por todos, mas, a partir de cada um, eis a tarefa do revolucionário atual.
(Caos Markus)
Nenhum comentário:
Postar um comentário