Diferenças essenciais, separam o indivíduo insatisfeito do rebelde, e este do revolucionário. O primeiro tem a característica do constante mau humor, criticando a tudo e a todos; o segundo vive para protestar as convenções; o terceiro não convive com nenhum regime social, por julgar-se condenado ao martírio, pela redenção da humanidade, enfim, por seu caráter universalista, onde acredita-se um mensageiro divino. Ao revolucionário não basta reformar a sociedade; quer ele ser o criador de uma outra. Como a um “Deus”, ele tem o destino traçado para a humanidade, ainda que nem todos queiram o beneplácito das suas inumanas concepções. Mais que obstinado, o revolucionário é escravo da necessidade de se fazer justiça. Aliás, injusto é, para ele, tudo aquilo que se contrapõe ao seu particular ideal de justiça.
(Marcus Moreira Machado)
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