Um estúpido cinismo, uma acintosa hipocrisia e uma indeclinável e irreprimível faculdade de destruição e ódio definem o comportamento da sociedade contemporânea, envolvida em profunda crise de valores morais e combalida por implacável fragilidade intelectual.
A incapacidade de emancipação parece determinar condições favoráveis à existência quase que permanente do extremismo contraditório: convivem, como duas espécies totalmente diferentes entre si da raça humana, os homens de projetos libertários e aqueles cujas construções são as mais ditatoriais imagináveis. A auto-determinação, quer seja individual, quer seja coletiva, está afastada como possibilidade e rejeitada como realidade mais plausível.
Ainda agora, mesmo a caminho do terceiro milênio, o homem continua dando preferência a duas formas dentre as muitas que - como bem definiu Ortega y Gasset - ele tem para se tornar um imbecil, isto é, as militâncias de esquerda ou direita.
Em virtude de tamanha incompreensão, não logramos admitir a impossibilidade de coincidência entre o bom e o justo, confundindo, sempre, o julgamento -como máximo referencial do justo -, com o necessário sacrifício quando o que se pretende é atingir o bom. Pois, reduzidos pela pequena estatura da maior segurança, preterimos a própria justiça, desatentos à exigência superior da transformação de uma parte do nosso direito em sacrifício. De fato, o cérebro e o coração humanos não têm negado a sua escolha para ser "a arena do universo".(Marcus Moreira Machado)
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