Há quem goste de dormir com o ruído da água caindo de uma goteira durante a noite.
Há os que entoando mantra quase saem do corpo, em viagem astral.
Há também gente que, ao som repetitivo de uma campainha, quase vira bicho buscando a guloseima nas mãos do seu adestrador.
Enfim, há de tudo nesse mundo de Deus.
Principalmente, há quem enxergue no condicionamento a melhor fórmula de "convencimento" do ser humano, já então reduzido a simples número, no que se convencionou chamar 'psicologia de massas'.
Existe a sabedoria, contudo, dos que ensinam o efeito contrário daquele desejado, sempre que o exagero extrapola a pretensão inicial.
Estes são os que recomendam não se usar muito perfume, sob pena de se exalar mau odor, e não suave fragrância.
No Brasil, ignorando a sabedoria dos mais velhos e apostando no "marketing" da 'laranja mecânica'; investindo "pesado" na alienação do eleitor; partidos políticos usam e abusam do "mantra" dos seus "alto-falantes".
E qual o pingo da goteira varando a madrugada, o eleitor é forçado a ouvir um mote, no compasso de ladainha, ritmado de maneira a condicioná-lo, como quem procura atingir o seu subconsciente.
Repete-se e repete-se o nome do candidato, tudo como se água mole em pedra dura tanto batesse que ainda furaria.
Descascar essa laranja e ver o quê ela tem por dentro é obrigação da consciência, dos que não saem no meio do filme para comprar pipoca, sem conhecer o real motivo dessa inesperada e inadiável vontade.
(Marcus Moreira Machado)
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