Em sua conduta, os animais são determinados por aquilo que existe. Todavia, o homem é determinado por aquilo que não existe ainda. Aquilo que não existe ainda é 'sonho', é 'projeto', é 'imagem'. E é expectativa, perspectiva de futuro. Uma perspectiva que pode ter nesse 'ainda' sua força maior.
Quando isso acontece, pode-se dizer que o homem é caracterizado pelo que 'não existe', mas que 'pode' existir ou 'pode' ser. Nesta acepção do termo, existência é aquilo que não existe, mas que pode existir.
Contudo, o quê ainda não existe, neste sentido, 'aparece' de alguma forma. A virtualidade não surge como um puro vazio; possui sua forma de se apresentar. E justamente para apreender essa virtualidade, o homem é um 'sonhador'. Ele imagina algo, espera coisas, deseja e dá 'forma' para isso. É uma forma dada para o que ele reconhece que não existe -ainda.Mas pode existir concretamente, pode adquirir a concretude se o seu projeto é passível de execução. Tanto quanto pode também existir como simples possibilidade.
(Marcus Moreira Machado)
2 comentários:
O vir a ser de Parmênides jamais poderá SER.Nenhuma relação pode haver entre O Vir a Ser e os sonhos de concretude do homem.Visto que o suscitar intricado a virtualidade é o SER.Diante da certeza da "força"maior rende-se a tangível realidade libertária."Compartilhar"reside aí os sonhos do homem, em saciar sede comuns.
Anônimo,
As suas considerações levam-me ao questionamento: 'devir' e 'porvir' coexistem? Ou um e outro são uma só condição? Uma sinonímia, apenas?
Muito grato.
Marcus Moreira Machado
Fraternas saudações!
Postar um comentário