Já no século XIII, surgiam os primeiros sinais de um ideal de governo que, lamentavelmente, ainda hoje busca efetiva realização.
Um ideal moderno, o de um governo, em nível mundial, pela educação. A educação governante, em que o homem em geral não seja nem servil nem oprimido, 'escravo' de um ditador ou de um Estado marcado pela demagocracia, Um governo com a parcela informada, inspirada e consultada pela comunidade.
Sobre a palavra 'educação', sobre o caráter educativo do governo é que se deve pôr insistência, tanto quanto sobre a idéia de que a informação deve preceder à consulta popular.
Será na realização prática da idéia de que a educação é uma função coletiva e pública, e não um negócio privado, que se encontrará a essencial distinção entre um Estado realmente moderno e qualquer outro que o tenha precedido.
O 'cidadão' atual, os homens começam afinal a compreendê-lo, deve ser primeiro informado (como base da 'formação') e depois, só depois, consultado.
Antes de poder votar, deverá ouvir o 'processo' e as 'provas'.
Antes de decidir, deverá 'saber'.
Não é abrindo seções eleitorais, mas sim fundando escolas e tornando a literatura e o saber universalmente acessíveis, que se o abre caminho a nos levar da submissão para o ESTADO VOLUNTÁRIO E COOPERATIVO, um ideal de fato contemporâneo.
Porque o voto em si mesmo é coisa sem valor. Há muito que os homens o tem, e de nada lhe vale.
Enquanto se mantém o homem afastado da educação, o direito ao voto é direito inútil ou, pior, arma perigosa.
A comunidade ideal que almejamos não pode ser mera comunidade de vontade, mas, sim, de 'saber' e de vontade para tomar o lugar da comunidade de fé e obediência.
A força apta a adaptar o espírito, tornando-o um "nômade de liberdade", dotado de auto-confiança compatível com a cooperação, a 'riqueza' e a segurança da civilização; essa força tem nome, se chama 'educação'. Apenas com ela teremos governo, o da educação governante!
(Marcus Moreira Machado)
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