Hoje, senti saudade de minha mãe.
Ela não está mais aqui.Morreu, dizem. Morreu, eu vi.
Eu sempre estive habituado à sua ausência.
Porque comigo minha mãe está desde que no ventre dela eu estive.
Às vezes, penso se não fui eu que morri, mas pelo afeto materno estou aqui, lá, alhures (tanto faz!)... nesse sentimento de que isso é o eterno.
O quê de fato hoje eu senti foi uma saudade triste (há saudade alegre, sim) : dela, a falta do que nela aqui existia como verdade absoluta -que o amor é mesmo a maior necessidade de todos nós.
Não deixa de ser curioso, eu, carente de humanidade, jamais de maternidade.
Deixa de ser passagem, esta nova mensageira a trazer consigo outra morte. (Não viram?).
Eu deverei sentir mais vezes saudade (alegre) de minha mãe: para que o amor exista no lugar onde sem ele só a nossa ausência é viva.
Marcus Moreira Machado
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