REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
terça-feira, 3 de junho de 2014
SEGUNDA-FEIRA, 16 DE JUNHO DE 2014: "INTROSPECÇÃO NA AUTOCRÍTICA"
Em contextos relacionados com realização, as pessoas atribuem o resultado (sucesso ou fracasso) a determinadas crenças causais. Inicialmente, pesquisas consideraram como principais motivos responsáveis pelo desfecho, favorável ou não, de uma incumbência: a habilidade, o esforço, a dificuldade da tarefa e o acaso. Os indivíduos seriam propensos a explicar seus desempenhos atribuindo-os à falta ou presença de aptidão (ou capacidade), à ausência de esforço ou empenho suficiente, a maior ou menor complexidade da tarefa, o imprevisto ou o destino. Posteriormente, foram indicados fatores como humor, fadiga e enfermidade como causas necessárias e/ou suficientes para a qualidade da progressão. Recentemente, são ainda sinalizadas, como origens mais relevantes na performance, o talento, a dedicação, o grau de organização da tarefa, a eventualidade, o emocional e o auxílio ou estorvo de terceiros.
Alguns teóricos não consideram exclusivas tais determinantes passíveis de percepção, quer para a derrota quer para o êxito. Elas podem ser inúmeras, sendo inexata a tentativa de limitá-las rigidamente, pois o nosso cérebro e o nosso sistema nervoso constituem uma máquina geradora de crenças, um sistema que evolui não para garantir a verdade, a lógica e a razão, mas tão-somente a sobrevivência.
Assim, essa máquina de crenças compreenderia diversas partes, cada uma refletindo um aspecto básico da geração de superstições. Entre as peças a cujas unidades atribuem-se importância especial, sobressai a do pensamento crítico, adquirida através da experiência e do aprendizado explícito. Devido à arquitetura do seu sistema nervoso, o ser humano nasce para pensar movido por encantamento. É preciso superar essa predisposição onírica, mesmo ciente de jamais vencê-la por completo. Pela vivência e o ensino direto são entendidos os limites das interpretações intuitivas imediatas, baseadas em devaneios. Pais e professores podem ensinar a crítica da Lógica aos seus filhos e alunos, porém, quase sempre ela só é utilizada quando parece apropriada, circunstancialmente, ao indivíduo. De fato, o paralelo cultural desse processo de desenvolvimento é a evolução do método formal de investigação coerente. Nota-se não serem confiáveis ilações automáticas sobre co-ocorrências e causalidade.
Aprende-se a usar testes simples de razão para avaliar eventos, mas também admite-se que certas classes de acontecimentos não devem ser sujeitas à razão e sim aceitas por fé, sem questionamentos. Toda sociedade transmite componentes transcendentais (espectros, deuses, sexto sentido, terceira visão), recomendando, não raramente, alheamento à lógica e aceitação fundada na fé ou baseada nas experiências de outras pessoas. Então, quando se chega à vida adulta, facilmente responde-se a um episódio com racionalidade ou, ao contrário, intuitivamente. Os fenômenos em si é que com bastante pontualidade determinam as respostas aos seus estímulos. Às vezes emoções fortes interferem na aplicação do pensamento crítico. Em outras, os embustes logram o triunfo da astúcia.
O juízo, a sensatez, estão em desvantagem comparados ao pensamento intuitivo. A luta entre pressentimento e sabedoria nem sempre é ganha pelo argumento justificado.
Pode-se incorporar ou não a unidade de pensamento crítico, ou, ao contrário, até mesmo dissociá-la completamente ao se lidar com assuntos ritualísticos ou inauditos. Só quando o sujeito se vê premido a defender sua própria subsistência, é então que deliberadamente ele reflete: “tenho que pensar nisso”.
De igual maneira, um educando apenas se permite autocriticar-se quando, afastados os protocolos solenes de mensurações da sua personalidade e atuação, pode ele mesmo, via introspecção, avaliar-se na conjuntura das realidades personalíssimas da sua vivência, livre das divagações impregnadas de crendices pedagógicas a imaginá-lo como coisa que não tem existência real, mas apenas ideal.
(Caos Markus)
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