REMETENTE e DESTINATÁRIO alternam-se em TESES e ANTÍTESES. O ANTAGONISMO das CONTRADITAS alçando vôo à INTANGÍVEL verdade.
quarta-feira, 27 de março de 2013
QUARTA-FEIRA, 3 DE ABRIL DE 2103: "IDÉIAS, IDEAIS E REALIDADE"
Na derrocada do Feudalismo, com a decadência da nobreza e a ascendência da burguesia, uma nova classe deu início à luta pelo poder. Fato que por si só demonstra a razão de Karl Marx ao afirmar que a luta de classes movimenta a história. Contudo, não se pode desconsiderar o quanto muitas 'idéias' têm expressiva força de influência, a ponto de alterarem o rumo histórico de sociedades até então restritas a idealizações projetadas sobre incipientes concepções, quando não até mesmo provocando retrocessos à condição dos seres humanos mais primitivos.
Exemplo notável da importância das 'idéias' foi o denominado Iluminismo. Apesar de ter rendido muitas críticas, mostrou-se eficaz, pois seus críticos, paradoxalmente, se manifestaram, através de mais idéias ainda.
Nesse período da História, muitas dos valores da civilização humana estiveram sob o crivo de profundas análises. O campo político foi extraordinariamente enriquecido, a exemplo de Montesquieu com a separação dos três poderes, e Rousseau, na defesa da liberdade de opinião. Uns e outros, todos ilustres pensadores voltados ao 'direito ideal'.
Com tantas novas 'idéias' e 'ideais', o campo de existência do 'direito ideal' ampliou-se de modo até então jamais visto. Todavia, essa conquista mais fragilizou as relações humanas, ao invés de enaltecê-las. Porque toda a admiração pelos princípios da 'justiça, igualdade, liberdade e fraternidade' ficou restrita à extensa quantidade de obras publicadas, sem alguma aplicação consistente no 'direito real'.
Os trabalhadores não sentiram atenuadas as agruras de sua jornada de trabalho. Ao contrário, ao imaginar-se um ser digno de viver toda a grandiloquência daquela filosofia, de imediato defrontavam-se os operários, principalmente, com a estupidez da sórdida realidade. Não é de surpreender tenha Marx se sensibilizado tanto com a vergonha da sociedade na qual vivia: as idéias evoluíram sem que o homem as tivesse acompanhado de fato.
O capitalismo mostrava um 'direito real' com um campo de aplicação estéril, ao lado de inúmeras possibilidades mais justas.
Eis então onde se desvenda a questão do caráter do direito: enquanto instrumento mal utilizado no campo real, seria amplamente revisto posteriormente, buscando aplicar mais do 'plano ideal' no 'contexto do real', sob a compreensão das desigualdades como flagelo cujo resultado devesse impelir a sociedade à reflexão dos seus próprios males, para então sentir a necessidade de superação.
Hoje, decorridos tantos milênios na terra, o homem pode demostrar sua vocação ao auto-conhecimento e ao conhecimento da natureza a qual está inserido, integrando-a. Igualmente, o ser humano deve a si mesmo o aperfeiçoamento não só de sua tecnologia, mas aprimorar com destaque a sua real co-participação na sociedade, sob pena de anular-se enquanto indivíduo, pelo aniquilamento do coletivo. E isso somente é crível através de idéias que, direcionadas aos ideais, interpelem o direito, aplicando-o à realidade em suas amplas e variadas manifestações.
(Caos Markus)
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