Dissimular sentimentos, ocasionados, quem sabe, por desamores secretos, sob o argumento de 'um indivíduo completar o outro', isto não me parece honestidade consigo mesmo.
É negar a existência da individualidade.
Eu professo a crença de que somos 'meios' por onde transita o amor. Não é ideia que diminui, mas, ao contrário, enaltece o amor.
Trata-se de concepção onde 'o amor que mora em mim tem necessidade de buscar o amor que mora na outra pessoa'. Por anologia, não sendo assim, é semelhante à constatação de vários domicílos sem nenhuma residência.
Enfim, nesses casos, falta a ousadia da saudável rendição, permitindo-se e admitindo-se nos fluxos do amor, através da reciprocidade, e não pela ilusória noção de 'falta' própria que se 'completa' com 'falta' alheia.
O vice-versa não é a reciprocidade.
Então, insistir nessa quimera de 'completar-se' um ao outro é nada mais que buscar o 'faltante' no 'restante'.
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